Grupo é acusado de envolvimento em desvio de dinheiro durante a ocupação do Complexo do Alemão
Quando as atenções em todo o país estavam voltadas para a cinematográfica tomada do Complexo do Alemão, um pequeno grupo de investigadores se dedicava não à movimentação dos bandidos, mas dos próprios policiais. As dimensões da ação, em uma área onde certamente haveria um grande ‘espólio de guerra’, era a oportunidade perfeita para um grupo de policiais que vinha sendo investigado exatamente por tirar proveito desse tipo de cenário. O resultado do trabalho é parte da Operação Guilhotina, que já prendeu mais de 30 acusados desde a manhã desta sexta-feira, no Rio.
De acordo com o superintendente da Polícia Federal no Rio, Ângelo Gióia, a estratégia de ‘dar corda’ para a quadrilha, na operação do Alemão, contribuiu para descobrir mais e produzir provas contra os acusados de agora. "A movimentação no Alemão ajudou nas investigações. O volume de apreensões lá foi muito grande e houve desvios. Muito sobrou e os policiais revenderam. Muito foi apreendido e imediatamente subtraído”, afirmou.
Apontado como maior reduto de traficantes do estado – e muito provavelmente o maior do país –, o Complexo do Alemão acumulava algumas décadas de operação das quadrilhas de traficantes. Era sabido que haveria ali grande quantidade de armas, dinheiro, drogas. As apreensões, desde o dia da invasão, confirmaram essa expectativa. Mas um detalhe despertou a atenção dos investigadores. “Foram duas apreensões de dinheiro no Alemão: uma pelo Exército e outra pela Polícia Federal. Qualquer um de nós duvida que só foram encontradas quantias de dinheiro nessas duas situações”, adverte Gióia.
O desvio – ou roubo – do dinheiro que deveria ter sido apreendido e apresentado em delegacia ficou em segundo plano em novembro do ano passado, quando as forças de segurança ocuparam os complexos do Alemão e da Penha, em novembro e dezembro do ano passado. Na ocasião, agentes da Polícia Federal e homens do Exército trabalhavam lado a lado por um objetivo maior: libertar uma região que nas últimas décadas havia se transformado no maior reduto do tráfico de drogas no Rio de Janeiro.
O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, afirmou, na manhã desta sexta-feira, que a atuação do grupo estava mapeada. Mas, naquele momento, a prioridade era a ocupação do território dos traficantes. "O crime cometido por eless já estava detectado. Para não prejudicar, preferimos efetivar a operação no Alemão. Agora, pudemos finalmente atacar essa outra atividade criminosa", explicou Beltrame.
Delegada detida - Agora é possível entender, por exemplo, um episódio curioso do dia 27 de novembro, véspera da invasão dos agentes de segurança ao Complexo do Alemão. Durante o cerco ao conjunto de favelas, homens do Exército prenderam um homem que carregava numa mochila grande quantidade de dinheiro. No primeiro momento, os soldados informaram que o montante seria de 50 mil dólares e mais 20 mil reais. O dinheiro foi encaminhado para a delegacia mais próxima, no caso, a 22ª DP (Penha). Mas o valor divulgado pela Polícia Civil foi de 27 mil dólares e 29 mil reais. A confusão foi desfeita na época com uma nota divulgada pelo Comando Militar do Leste, informando um valor mais próximo do alegado pela delegacia: 27.400 dólares e 29.223 reais.
Nesta sexta-feira, a delegada titular da 22ª DP, Márcia Becker, foi detida para prestar esclarecimento por suspeita de proteger o inspetor Cristiano Gaspar Fernandes, que estava com prisão decretada na operação da PF. Ela teria mentido, dizendo que o agente estava de férias. Pelo menos outros dois policiais da delegacia tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça.
De acordo com o superintendente da Polícia Federal no Rio, Ângelo Gióia, a estratégia de ‘dar corda’ para a quadrilha, na operação do Alemão, contribuiu para descobrir mais e produzir provas contra os acusados de agora. "A movimentação no Alemão ajudou nas investigações. O volume de apreensões lá foi muito grande e houve desvios. Muito sobrou e os policiais revenderam. Muito foi apreendido e imediatamente subtraído”, afirmou.
Apontado como maior reduto de traficantes do estado – e muito provavelmente o maior do país –, o Complexo do Alemão acumulava algumas décadas de operação das quadrilhas de traficantes. Era sabido que haveria ali grande quantidade de armas, dinheiro, drogas. As apreensões, desde o dia da invasão, confirmaram essa expectativa. Mas um detalhe despertou a atenção dos investigadores. “Foram duas apreensões de dinheiro no Alemão: uma pelo Exército e outra pela Polícia Federal. Qualquer um de nós duvida que só foram encontradas quantias de dinheiro nessas duas situações”, adverte Gióia.
O desvio – ou roubo – do dinheiro que deveria ter sido apreendido e apresentado em delegacia ficou em segundo plano em novembro do ano passado, quando as forças de segurança ocuparam os complexos do Alemão e da Penha, em novembro e dezembro do ano passado. Na ocasião, agentes da Polícia Federal e homens do Exército trabalhavam lado a lado por um objetivo maior: libertar uma região que nas últimas décadas havia se transformado no maior reduto do tráfico de drogas no Rio de Janeiro.
O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, afirmou, na manhã desta sexta-feira, que a atuação do grupo estava mapeada. Mas, naquele momento, a prioridade era a ocupação do território dos traficantes. "O crime cometido por eless já estava detectado. Para não prejudicar, preferimos efetivar a operação no Alemão. Agora, pudemos finalmente atacar essa outra atividade criminosa", explicou Beltrame.
Delegada detida - Agora é possível entender, por exemplo, um episódio curioso do dia 27 de novembro, véspera da invasão dos agentes de segurança ao Complexo do Alemão. Durante o cerco ao conjunto de favelas, homens do Exército prenderam um homem que carregava numa mochila grande quantidade de dinheiro. No primeiro momento, os soldados informaram que o montante seria de 50 mil dólares e mais 20 mil reais. O dinheiro foi encaminhado para a delegacia mais próxima, no caso, a 22ª DP (Penha). Mas o valor divulgado pela Polícia Civil foi de 27 mil dólares e 29 mil reais. A confusão foi desfeita na época com uma nota divulgada pelo Comando Militar do Leste, informando um valor mais próximo do alegado pela delegacia: 27.400 dólares e 29.223 reais.
Nesta sexta-feira, a delegada titular da 22ª DP, Márcia Becker, foi detida para prestar esclarecimento por suspeita de proteger o inspetor Cristiano Gaspar Fernandes, que estava com prisão decretada na operação da PF. Ela teria mentido, dizendo que o agente estava de férias. Pelo menos outros dois policiais da delegacia tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça.
Por Veja