Obama aprova congelamento de bens do ditador Muamar Kadafi e seus familiares nos Estados Unidos
RIO - O presidente Barack Obama assinou, na noite desta sexta-feira, um pacote de sanções unilaterais contra o governo da Líbia, que tem reprimido com violência as manifestações populares. Entre as medidas, está o congelamento dos bens do ditador Muamar Kadafi nos Estados Unidos. Os familiares do líder da Líbia, bem como aliados no governo, também não terão acesso a bens em solo americano.
"Essas sanções têm como alvo o governo de Kadafi, protegendo os bens que pertencem ao povo da Líbia", afirmou Obama em comunicado.
Mais cedo, o secretário de imprensa da Casa Branca, Jay Carney, já havia anunciado
a suspensão das atividades de sua Embaixada em Trípoli, por razões de segurança.
Indicando que o Conselho de Segurança também deve impor sanções ao regime, o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, disse nesta sexta-feira que "é hora de agir" para conter a escalada de violência na Líbia.
- Minha mensagem ao Conselho de Segurança é clara e direta. É hora de agir. A situação continua a piorar. Nós temos notícias de violações de direitos humanos, de tiros em manifestantes, de uso de mercenários estrangeiros - disse Ban. - A violência deve parar e os responsáveis pelo banho de sangue devem ser punidos.
Horas antes, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas recomendou a suspensão da Líbia à Assembléia Geral da ONU. A resolução foi adotada em reunião em Genebra, quando também foi decidido criar uma comissão para investigar as violações humanitárias na repressão das forças leais a Kadafi contra a população do país africano. Ao todo, 47 nações são membros do Conselho de Direitos Humanos, entre eles a Líbia e o Brasil.
- O que acontece lá é inaceitável. Se não pudermos condenar uma situação como a que acontece hoje na Líbia, não podemos condenar mais nada. É uma situação inequívoca - afirmou a embaixadora do Brasil no Conselho de Direitos Humanos, Maria Nazareth Farani Azevedo.
A suspensão da Líbia será discutida, na semana que vem, em reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.
Por O Globo


