Saída de Gabrielli da Petrobras pode provocar crise no PT
A troca de comando na Petrobras deve provocar uma crise entre a presidenta Dilma Rousseff e o seu partido, o PT. A avaliação é de integrantes da bancada na Câmara e de lideranças ouvidas pela reportagem do iG neste domingo.
Dilma avisou que vai trocar o atual presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que é filiado ao PT baiano, pela engenheira Maria das Graças Foster, funcionária de carreira da companhia e atual diretora de Gás e Energia.
Ainda não foi feito nenhum anúncio oficial, mas petistas já dão como certa a mudança na estatal. Quando assumiu como presidenta da República em janeiro passado, Dilma teria feito um acordo para manter Gabrielli só por mais um ano na Petrobras.
De certo modo, setores do PT trabalhavam com a mudança, mas ainda lutavam nos bastidores para evitá-la. “Todo mundo no PT está estarrecido. Dilma tomou uma decisão isolada. Gabrielli tem história no partido. Essa moça (Graça Foster) não”, diz uma liderança petista.
Setores do PT não digeriram a versão de que Gabrielli sai da Petrobras para ocupar um lugar no governo da Bahia e, a partir de então, se preparar para disputar a sucessão de Jaques Wagner (PT). “Os dirigentes sindicais do setor petroleiro também não gostaram”, conta outro petista.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), minimizou a possibilidade de um confronto do PT com Dilma por causa de Gabrielli. “Maria das Graças Foster não é do PT, mas tem identidade com o governo e a confiança da presidenta Dilma”, afirma.
Jaques Wagner não foi encontrado para comentar a possibilidade de contrar com Gabrielli em seu governo. Os dois têm afinalidade e pertencem ao mesmo grupo político do PT baiano. Além de Gabrielli, o senador Walter Pinheiro (PT-BA) é outro nome do partido para suceder Wagner em 2014.
Desejo antigo
A mudança na Petrobras já havia sido cogitada no começo do governo Dilma, em janeiro de 2011, quando houve a tentativa de se promover Foster da diretoria para a Presidência da Petrobras. Ainda quando era ministra-chefe da Casa Civil, a presidenta teve divergência com Gabrielli.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva intercedeu a favor de Gabrielli e avisou que a mudança provocaria a ira do PT no momento em que Dilma estava chegando ao Palácio do Planalto.
Agora, um ano depois, a presidenta vai fazer a sua vontade e reforçar a marca do seu governo, que privilegia nomes técnicos a políticos.
Segundo o iG ouviu de uma liderança governista, no caso da Petrobras, Dilma adotou postura similar ao colocar um técnico (o matemático Marco Antonio Raupp) no comando do Ministério da Ciência e Tecnologia. A presidenta também não ouviu as bancadas do PT no Congresso, que fizeram lobby para o deputado Newton Lima (PT-SP) e para a senadora Marta Suplicy (PT-SP).
Dilma avisou que vai trocar o atual presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que é filiado ao PT baiano, pela engenheira Maria das Graças Foster, funcionária de carreira da companhia e atual diretora de Gás e Energia.
Ainda não foi feito nenhum anúncio oficial, mas petistas já dão como certa a mudança na estatal. Quando assumiu como presidenta da República em janeiro passado, Dilma teria feito um acordo para manter Gabrielli só por mais um ano na Petrobras.
De certo modo, setores do PT trabalhavam com a mudança, mas ainda lutavam nos bastidores para evitá-la. “Todo mundo no PT está estarrecido. Dilma tomou uma decisão isolada. Gabrielli tem história no partido. Essa moça (Graça Foster) não”, diz uma liderança petista.
Setores do PT não digeriram a versão de que Gabrielli sai da Petrobras para ocupar um lugar no governo da Bahia e, a partir de então, se preparar para disputar a sucessão de Jaques Wagner (PT). “Os dirigentes sindicais do setor petroleiro também não gostaram”, conta outro petista.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), minimizou a possibilidade de um confronto do PT com Dilma por causa de Gabrielli. “Maria das Graças Foster não é do PT, mas tem identidade com o governo e a confiança da presidenta Dilma”, afirma.
Jaques Wagner não foi encontrado para comentar a possibilidade de contrar com Gabrielli em seu governo. Os dois têm afinalidade e pertencem ao mesmo grupo político do PT baiano. Além de Gabrielli, o senador Walter Pinheiro (PT-BA) é outro nome do partido para suceder Wagner em 2014.
Desejo antigo
A mudança na Petrobras já havia sido cogitada no começo do governo Dilma, em janeiro de 2011, quando houve a tentativa de se promover Foster da diretoria para a Presidência da Petrobras. Ainda quando era ministra-chefe da Casa Civil, a presidenta teve divergência com Gabrielli.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva intercedeu a favor de Gabrielli e avisou que a mudança provocaria a ira do PT no momento em que Dilma estava chegando ao Palácio do Planalto.
Agora, um ano depois, a presidenta vai fazer a sua vontade e reforçar a marca do seu governo, que privilegia nomes técnicos a políticos.
Segundo o iG ouviu de uma liderança governista, no caso da Petrobras, Dilma adotou postura similar ao colocar um técnico (o matemático Marco Antonio Raupp) no comando do Ministério da Ciência e Tecnologia. A presidenta também não ouviu as bancadas do PT no Congresso, que fizeram lobby para o deputado Newton Lima (PT-SP) e para a senadora Marta Suplicy (PT-SP).
Por iG