|

Dilma tenta negar avanço da telefonia no país

A candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff, afirmou, no início da noite desta segunda-feira, no Rio de Janeiro, que foi o aumento do poder de compra da população, e não a privatização, o que ampliou o acesso à telefonia no Brasil. “O pobre passou a ter telefone porque passou a ter renda. Não por causa da privatização. Essa lógica é um tanto quanto questionável. Não é porque é público ou privado que aumentou a capacidade de renda e de compra da população”, afirmou, ao responder a uma pergunta sobre a privatização da Telebrás, ocorrida em 1998, no fim do primeiro governo Fernando Henrique Cardoso.
A preocupação em atacar FHC fez a candidata ignorar dados informados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Foi a partir da privatização da empresa que se deu o acesso universal ao telefone fixo no Brasil, com um crescimento de 172% no número de linhas fixas no país, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Reportagem de VEJA desta semana mostra que, enquanto foi a Telebrás foi estatal havia, até 1998, 22,1 milhões de linhas fixas no Brasil. A partir da privatização, o total de telefones nas residências passou para 47,8 milhões em 2000 e chegou a 60 milhões este ano.
A candidata emendou a crítica às privatizações para defender o modelo de exploração escolhido pelo governo do PT para o pré-sal. “O fato é que sou contra as privatizações do Pré-Sal. Seja o que diga o meu adversário, o fato é que o PSDB votou contra o modelo de partilha”, disse Dilma.
Dilma, que está no Rio para um encontro com artistas e intelectuais em um teatro no Leblon, na zona sul, recebeu a imprensa na saída do hotel em que se hospedou na Praia de Copacabana. A candidata começou pautando a conversa com um assunto surgido durante o debate da noite de domingo, na RedeTV: o sistema de vigilância da fronteira em aviões não-tripulados, que, segundo o candidato do PSDB, José Serra, não estão funcionando, como divulga o governo.
“O meu adversário desqualificou a Polícia Federal e o emprego do Vant (Veículo Aéreo Não Tripulado) de uma forma um pouco leviana. A PF fez dois contratos: um de treinamento teórico e um contrato prático de treinamento. Já acumulamos 271 horas de voo em treinamento”, disse Dilma.
Por Veja