Em assembleia, professores da Unifesp decidem manter greve
Os professores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) decidiram, em assembleia realizada nesta sexta-feira, rejeitar a proposta do governo federal e manter a greve que já dura mais de dois meses.
"Achamos que a negociações começaram há apenas dez dias e ainda há pontos a serem discutidos", disse Virginia Junqueira, presidente da Associação dos Docentes da Unifesp (Adunifesp).
Os docentes não concordaram com as propostas de plano de carreira, salário e infraestrutura nas universidades.
O principal ponto debatido na assembleia foi a questão da reestruturação de carreira. "Na verdade, a proposta do governo é uma carreira desestruturada", afirma a professora Márcia Jacomini, do departamento de Educação do campus de Guarulhos.
O governo acatou uma das reivindicações dos docentes, que era a estruturação da carreira em 13 níveis. No entanto, os docentes pediram também que fosse considerado um índice de 5% de diferença salarial entre um nível e outro.
Mas, segundo Jacomini, na proposta do governo não há um índice único --ele varia de acordo com o nível.
A respeito do reajuste salarial, a categoria considerou que a segunda proposta de reajuste do governo, que varia de 25% a 40%, é problemática, já que seria implantada até 2015 e não considera a inflação.
"Para alguns níveis da categoria, esse índice representa um aumento real. Mas para outros níveis, como não se considera a inflação, não há aumento nenhum ou há até perdas salariais", diz Jacomini.
Os novos valores teriam um impacto de R$ 4,18 bilhões em três anos nos cofres públicos.
Segundo Jacomini, a categoria aprovou uma série de itens a serem encaminhados ao comando nacional da greve, com o Andes (Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior), que também rejeitou a proposta do governo --o maior sindicato de docentes orientou as bases a não aceitar a oferta.
Por Folha