Declaração de Lula lembra perseguição nazista, diz Maia
Por Estadão
O presidente do DEM, deputado federal Rodrigo Maia (RJ), recorreu nesta terça-feira, 14, a Adolf Hitler e à perseguição aos judeus na Alemanha nazista (1933-1945) para descrever o desejo expresso pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "extirpar" o Democratas do cenário político nacional. Para Maia, o presidente mostrou, com suas declarações, "todo o seu viés autoritário", um certo desequilíbrio" e até "um pouco de oportunismo", não cumprindo o que deveria, em sua opinião, ser o papel de um presidente da República. O parlamentar atribuiu o "ódio" de Lula à atuação do DEM no Senado, onde ajudou a barrar projetos governistas importantes, como o da prorrogação da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). "Acho que a vontade do presidente é derrotar de forma radical os seus adversários para que o PT possa fazer aquilo que o Senado não deixou que fizesse", especulou.
Como o senhor analisa as declarações do presidente Lula, que defendeu que o partido que o senhor preside, o DEM, seja "extirpado" da política?
É uma declaração de uma pessoa que mostra um certo desequilíbrio, uma pessoa que coloca para fora, neste momento, todo o seu viés autoritário, relembrando aí os piores momentos, até usando a forma como a Alemanha nazista tentou extirpar os judeus. É importante até para a reflexão da sociedade, para que ela avalie, de forma muito cuidadosa, o seu voto, não apenas na eleição presidencial, mas na eleição do Poder Legislativo, que tem e terá sempre, independente do presidente da República, um papel moderador importante.
A que atribuir essa declaração?
Acho que é um pouco de oportunismo. O presidente certamente acha que, pela sua popularidade, tem condições de decidir as eleições em cada um dos Estados. Então, ele acha que a agressão é o melhor caminho para tentar desqualificar os seus adversários. Agora, isso não é papel de presidente. O presidente pode, de forma democrática, pedir voto para seus candidatos, mas não deveria, nunca, entrar da forma como o presidente está entrando nas eleições, tentando desqualificar e, como ele disse, perseguir extirpando os seus adversários.
O partido vai tomar alguma providência em relação a essa declaração?
O presidente estava num palanque eleitoral. Acho que as declarações dele vão dar à sociedade a possibilidade de mapear para reflexão não apenas a eleição presidencial, mas exatamente esta preocupação do equilíbrio de forças também no parlamento. Acho que a vontade do presidente é derrotar de forma radical os seus adversários na Federação e no Poder Legislativo, para que o PT possa fazer aquilo que o Senado não deixou que o PT fizesse nos últimos anos: manter a CPMF, restringir as liberdades individuais, a liberdade de imprensa, aprovar o terceiro mandato... Mas toda ação raivosa, depois dela vem sempre uma reação equilibrada por parte da oposição e principalmente por parte do eleitor.
Concretamente, o DEM está com problemas em alguns Estados, principalmente na eleição para o Senado. O senhor está otimista?
Tenho certeza de que venceremos as eleições onde estamos disputando Senado e governo. Ontem foi uma prova disso, a força do (Raimundo) Colombo (candidato a governador em Santa Catarina) fez parte desse desequilíbrio do presidente. Mais importante do que ser governo ou oposição é ter senadores que vão garantir o equilíbrio, o poder moderador, o equilíbrio das instituições, o equilíbrio da democracia. O que o PT quer é um desequilíbrio no Congresso.
O projeto do Democratas, de sucessão ao PFL, foi bem sucedido?
Um processo de renovação dura 20, 30 anos. O PT levou 20 anos para chegar ao poder. Estamos em um processo de renovação e acho que tem que ser dito: o que o presidente carrega dentro dele é um ódio, ninguém sabe por que motivo, apenas por que o DEM foi oposição. Uma oposição que não foi radical, foi firme, quando teve que ser firme, e apoiou o governo naquilo que o governo tinha de positivo a apresentar para a sociedade. Acho que o DEM está no caminho correto. Se não estivesse incomodando, o presidente não estaria tratando o DEM como tratou ontem.
Não tem perigo de o DEM ser extirpado, então?
Olha, ser extirpado só se o presidente quiser ser Hitler e perseguir os judeus. Um presidente que diz 'sou amigo de todo mundo', não sei como consegue falar com tanto ódio, já que os políticos são pessoas jurídicas, não são inimigos, são adversários. E adversários leais, como temos sido.
O presidente do DEM, deputado federal Rodrigo Maia (RJ), recorreu nesta terça-feira, 14, a Adolf Hitler e à perseguição aos judeus na Alemanha nazista (1933-1945) para descrever o desejo expresso pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "extirpar" o Democratas do cenário político nacional. Para Maia, o presidente mostrou, com suas declarações, "todo o seu viés autoritário", um certo desequilíbrio" e até "um pouco de oportunismo", não cumprindo o que deveria, em sua opinião, ser o papel de um presidente da República. O parlamentar atribuiu o "ódio" de Lula à atuação do DEM no Senado, onde ajudou a barrar projetos governistas importantes, como o da prorrogação da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). "Acho que a vontade do presidente é derrotar de forma radical os seus adversários para que o PT possa fazer aquilo que o Senado não deixou que fizesse", especulou.
Como o senhor analisa as declarações do presidente Lula, que defendeu que o partido que o senhor preside, o DEM, seja "extirpado" da política?
É uma declaração de uma pessoa que mostra um certo desequilíbrio, uma pessoa que coloca para fora, neste momento, todo o seu viés autoritário, relembrando aí os piores momentos, até usando a forma como a Alemanha nazista tentou extirpar os judeus. É importante até para a reflexão da sociedade, para que ela avalie, de forma muito cuidadosa, o seu voto, não apenas na eleição presidencial, mas na eleição do Poder Legislativo, que tem e terá sempre, independente do presidente da República, um papel moderador importante.
A que atribuir essa declaração?
Acho que é um pouco de oportunismo. O presidente certamente acha que, pela sua popularidade, tem condições de decidir as eleições em cada um dos Estados. Então, ele acha que a agressão é o melhor caminho para tentar desqualificar os seus adversários. Agora, isso não é papel de presidente. O presidente pode, de forma democrática, pedir voto para seus candidatos, mas não deveria, nunca, entrar da forma como o presidente está entrando nas eleições, tentando desqualificar e, como ele disse, perseguir extirpando os seus adversários.
O partido vai tomar alguma providência em relação a essa declaração?
O presidente estava num palanque eleitoral. Acho que as declarações dele vão dar à sociedade a possibilidade de mapear para reflexão não apenas a eleição presidencial, mas exatamente esta preocupação do equilíbrio de forças também no parlamento. Acho que a vontade do presidente é derrotar de forma radical os seus adversários na Federação e no Poder Legislativo, para que o PT possa fazer aquilo que o Senado não deixou que o PT fizesse nos últimos anos: manter a CPMF, restringir as liberdades individuais, a liberdade de imprensa, aprovar o terceiro mandato... Mas toda ação raivosa, depois dela vem sempre uma reação equilibrada por parte da oposição e principalmente por parte do eleitor.
Concretamente, o DEM está com problemas em alguns Estados, principalmente na eleição para o Senado. O senhor está otimista?
Tenho certeza de que venceremos as eleições onde estamos disputando Senado e governo. Ontem foi uma prova disso, a força do (Raimundo) Colombo (candidato a governador em Santa Catarina) fez parte desse desequilíbrio do presidente. Mais importante do que ser governo ou oposição é ter senadores que vão garantir o equilíbrio, o poder moderador, o equilíbrio das instituições, o equilíbrio da democracia. O que o PT quer é um desequilíbrio no Congresso.
O projeto do Democratas, de sucessão ao PFL, foi bem sucedido?
Um processo de renovação dura 20, 30 anos. O PT levou 20 anos para chegar ao poder. Estamos em um processo de renovação e acho que tem que ser dito: o que o presidente carrega dentro dele é um ódio, ninguém sabe por que motivo, apenas por que o DEM foi oposição. Uma oposição que não foi radical, foi firme, quando teve que ser firme, e apoiou o governo naquilo que o governo tinha de positivo a apresentar para a sociedade. Acho que o DEM está no caminho correto. Se não estivesse incomodando, o presidente não estaria tratando o DEM como tratou ontem.
Não tem perigo de o DEM ser extirpado, então?
Olha, ser extirpado só se o presidente quiser ser Hitler e perseguir os judeus. Um presidente que diz 'sou amigo de todo mundo', não sei como consegue falar com tanto ódio, já que os políticos são pessoas jurídicas, não são inimigos, são adversários. E adversários leais, como temos sido.