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Após chuva, risco de deslizamentos é alto em sete regiões do Rio

A probabilidade de deslizamentos de terra permanece muito alta nas encostas de sete regiões da cidade do Rio na noite desta terça-feira, de acordo com Centro de Operações da prefeitura carioca.
São elas Grande Tijuca, Andaraí, Lins, Grajaú, Rio Comprido e Alto da Boa Vista. A orientação da Defesa Civil municipal é para que as pessoas que moram em áreas de risco se dirijam a locais seguros e permaneçam lá até a chuva parar.
Um sistema de alta pressão encontra-se sobre o Estado, transportando umidade do oceano para o continente e favorecendo a ocorrência de temporais.
De acordo com a previsão da prefeitura, novas áreas de instabilidade vindas do oceano podem provocar mais chuva nesta noite e na madrugada. Após entrar em alerta, a cidade está em estágio de atenção desde as 5h20. É o segundo em uma escala de quatro níveis.


ESTRAGOS
 
A Defesa Civil municipal recebeu 373 chamados relacionados à chuva desde a noite de ontem até as 17h desta terça-feira. A maior parte das solicitações foi em decorrência de alagamentos (69), seguido de imóveis com rachaduras (37), ameaças de desabamento (27), deslizamentos de barreira atingindo imóvel ou veículo (26) e deslizamentos de barreira (24).
Os bairros da Tijuca, Vila Isabel, Andaraí, Praça da Bandeira, Engenho Novo e Rio Comprido foram os que registraram mais chamados.
Um homem ainda não identificado morreu ao ser arrastado pela enxurrada no bairro da Praça da Bandeira, na zona norte do Rio, na madrugada. Uma criança de nove anos também ficou ferida no morro São João, no Engenho Novo (zona norte), em um deslizamento de pedras.
Foi registrado ainda um desabamento na madrugada, no morro da Formiga (região da Tijuca). Os moradores deixaram o imóvel após a sirene da comunidade soar um alarme --ninguém ficou ferido. Também ocorreram deslizamentos nas comunidades JK, Borel, Andaraí e Chacrinha --todos sem vítimas.
Devido à intensidade das chuvas, a Defesa Civil acionou as sirenes do sistema de alerta comunitário de 11 localidades: Borel, Formiga, Chacrinha, Cotia, Encontro, Santa Terezinha, Morro da Liberdade, Matinha, Dona Francisca, Cachoeira Grande e Macacos.
Nestes locais, o índice de chuva passou dos 40 mm em uma hora, provocando o acionamento do alarme. Agentes comunitários orientaram os moradores a deixarem suas casas e se abrigarem em pontos de apoio pré-definidos.
De acordo com o Centro de Operações da prefeitura carioca, a estação Tijuca/Muda registrou um acumulado de 274 mm de chuva em nove horas --cada milímetro equivale a um litro de água por metro quadrado.
O acumulado é o dobro da média esperada para todo o mês de abril na região. A mesma estação registrou, às 21h de ontem, o terceiro maior pico de chuva desde a criação do Alerta Rio, em 1997, com um acúmulo de 99,6 mm de chuva por hora.

ESTRADAS
 
As duas pistas da estrada Grajaú-Jacarepaguá foram interditadas pouco antes da 1h, por causa do risco de deslizamentos. Por volta da meia-noite, uma pedra de 600 toneladas deslizou na estrada em frente ao morro da Árvore Seca e interditou o trânsito nos dois sentidos.
As implosões para quebrar a pedra foram concluídas por volta das 12h, mas equipes da prefeitura ainda precisaram usar britadeiras. Havia a previsão de a estrada ser liberada no fim da tarde, porém os trabalhos de remoção e limpeza continuarão pelo menos até a madrugada.
Na rodovia Rio-Santos, a queda de uma árvore interditou os dois sentidos da via na altura do km 441, em Mangaratiba, na Costa Verde do Rio. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal a árvore caiu no meio da pista, por volta das 19h30 de ontem, e não deixou feridos.
A Polícia Rodoviária Federal informou ainda que foram formados dois pontos de alagamento na rodovia, também na altura de Mangaratiba, na altura dos km 445 e do km 426.

 Por Folha