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Conselho da OAB pede à Procuradoria que investigue Bolsonaro

O conselho da OAB enviou nesta segunda-feira para o Ministério Público Federal um ofício que pede uma investigação contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ).
Segundo a OAB --no documento encaminhado ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel--, o deputado violou a Constituição por declarações de conteúdo "discriminatório e homofóbico".
A polêmica envolvendo o deputado começou no dia 28 de março. No quadro "O Povo Quer Saber", do programa CQC, da TV Bandeirantes, a cantora Preta Gil perguntou como ele reagiria se seu filho se apaixonasse por uma negra.
O parlamentar, que tem um extenso histórico de polêmicas relacionado a direitos civis e humanos, respondeu: "Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco e meus filhos foram muito bem educados. E não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu".
Bolsonaro alegou não ter tido a intenção de fazer nenhuma declaração racista. Disse que, na realidade, pensou que a pergunta se referisse a um relacionamento gay. "Essa se encaixa na resposta que eu dei. Para mim, ser gay é promíscuo, sim."
Para a OAB, o deputado também praticou o crime de racismo.
Quando a polemica surgiu, o presidente da OAB, Ophir Cavalcante, já havia se pronunciado no mesmo sentido.
De acordo com ele, as declarações são "incompatíveis com a dignidade do Parlamento e com a relevância do cargo de deputado federal' e revelam "um preconceito inominável contra os negros".

Por Folha