Governo Chávez pediu que Farc matassem opositores
LONDRES - Autor do dossiê do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, o pesquisador James Lockhart Smith afirma que a divulgação de informações ligando o governo Hugo Chávez às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) foi desprovida de ideologia. Ele afirma que os paramilitares é quem foram mais expostos pelos documentos, ainda que eles provem a duplicidade do presidente venezuelano.
Os Arquivos Reyes são bastante embaraçosos para Caracas, não?
JAMES LOCKHART SMITH: Sim, pois ainda que estejamos analisando informações decorrente de diálogos entre guerrilheiros, as evidências de que o governo Chávez vem jogando com os dois lados (governo colombiano e Farc) é bastante convincente. Mas não queria condenar ninguém com o dossiê, não há objetivos ideológicos. Só creio que é um material de interesse público e que deveria ser divulgado.
O quão envolvido o presidente estava?
SMITH: Há relatos de um encontro pessoal do presidente com Reyes, mas as comunicações estão repletas de menções a reuniões com diplomatas, ministros e militares venezuelanos. Não se pode dizer que o presidente sabia de todos os detalhes, mas me parece estabelecido o envolvimento de seu governo.
Como lidar com dúvidas sobre a autenticidade dos documentos?
SMITH: Não há razão para duvidar de sua autenticidade e mesmo a Interpol já endossou os documentos. Como as pessoas vão interpretá-los é outra questão. Daí eu reafirmar que não preparei um dossiê contra Chávez, mas sim um documento mostrando como a organização desenvolveu um relacionamento estratégico com o governo venezuelano.
Seu dossiê também aponta para o uso da comunidade internacional para propaganda por parte das Farc...
SMITH: A organização se aproveitou bastante da atenção despertada internacionalmente, especialmente quando seus representantes foram recebidos por autoridades europeias. Ganhou valor de marca usando um discurso de política da paz ao mesmo tempo em que jamais pareceu realmente estar disposta a negociar um acordo. Em todo o material que passei os últimos dois anos analisando, em nenhum momento encontrei evidências de que os integrantes da Farc pensavam em aceitar um compromisso.
O senhor acredita, então, que a organização também foi exposta com o dossiê?
SMITH: Certamente houve danos de imagem, pois o público poderá ver a diferença entre o discurso e as operações. Mas não quer dizer enfraquecimento. Se esse material tivesse vindo à tona no início da década passada, quando as Farc começavam a ganhar projeção nacional e internacional, as coisas poderiam ser diferentes.
JAMES LOCKHART SMITH: Sim, pois ainda que estejamos analisando informações decorrente de diálogos entre guerrilheiros, as evidências de que o governo Chávez vem jogando com os dois lados (governo colombiano e Farc) é bastante convincente. Mas não queria condenar ninguém com o dossiê, não há objetivos ideológicos. Só creio que é um material de interesse público e que deveria ser divulgado.
O quão envolvido o presidente estava?
SMITH: Há relatos de um encontro pessoal do presidente com Reyes, mas as comunicações estão repletas de menções a reuniões com diplomatas, ministros e militares venezuelanos. Não se pode dizer que o presidente sabia de todos os detalhes, mas me parece estabelecido o envolvimento de seu governo.
Como lidar com dúvidas sobre a autenticidade dos documentos?
SMITH: Não há razão para duvidar de sua autenticidade e mesmo a Interpol já endossou os documentos. Como as pessoas vão interpretá-los é outra questão. Daí eu reafirmar que não preparei um dossiê contra Chávez, mas sim um documento mostrando como a organização desenvolveu um relacionamento estratégico com o governo venezuelano.
Seu dossiê também aponta para o uso da comunidade internacional para propaganda por parte das Farc...
SMITH: A organização se aproveitou bastante da atenção despertada internacionalmente, especialmente quando seus representantes foram recebidos por autoridades europeias. Ganhou valor de marca usando um discurso de política da paz ao mesmo tempo em que jamais pareceu realmente estar disposta a negociar um acordo. Em todo o material que passei os últimos dois anos analisando, em nenhum momento encontrei evidências de que os integrantes da Farc pensavam em aceitar um compromisso.
O senhor acredita, então, que a organização também foi exposta com o dossiê?
SMITH: Certamente houve danos de imagem, pois o público poderá ver a diferença entre o discurso e as operações. Mas não quer dizer enfraquecimento. Se esse material tivesse vindo à tona no início da década passada, quando as Farc começavam a ganhar projeção nacional e internacional, as coisas poderiam ser diferentes.