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Resgate de corpos do voo 447 tem prazo de 48 horas, diz agência

Uma tentativa de resgate dos corpos dos passageiros do voo 447 da Air France, submersos no Atlântico desde 2009, será efetuada em um prazo de 24 a 48 horas, de acordo com a agência de notícias France Presse.
Segundo a agência, o responsável pela informação, ligado às operações de busca, se mantém prudente sobre os resultados desta operação e lembra principalmente que os corpos das vítimas da tragédia passaram muito tempo submersos. A operação de resgate deve ser realizada por militares.
As causas do acidente com o Airbus A330, no qual morreram 228 pessoas, podem ser esclarecidas após a análise das duas caixas-pretas recuperadas domingo (1º) e segunda-feira.
A ministra dos Transportes da França, Nathalie Kosciusko-Morizet, havia anunciado que "a fase de retirada do avião poderá ser iniciada dentro de três semanas, um mês", assim como o "resgate dos corpos".
"O problema dos corpos é um pouco espinhoso. Há um aspecto traumatizante, não sabemos em que estado estão", disse Robert Soulas, vice-presidente da associação francesa das famílias de vítimas Ajuda Mútua e Solidariedade AF447.
"É muito estimulante para nós que estávamos sem notícias e ainda tínhamos esperança de encontrar os corpos. Vamos poder enfim enterrá-los", afirmou, por sua vez, o brasileiro Nelson Marinho, presidente da Associação das Famílias das Vítimas do Voo AF447 Rio-Paris.
Em seus últimos comunicados, o BEA não citou se os corpos das vítimas da tragédia serão resgatados.
Em abril, a Aeronáutica afirmou que o governo francês iria buscar os corpos das vítimas, mas que ainda não havia informações sobre a possibilidade do resgate.
A Associação das Famílias das Vítimas do Voo 447 da Air France, porém, disse que durante reunião com o BEA ficou decidido que os corpos não seriam resgatados, o que provocou protestos por parte dos parentes.

MERGULHO
 
O primeiro mergulho do robô em busca dos destroços do voo, localizados no começo de abril, foi realizado na manhã do dia 26 e durou mais de 12 horas. O navio francês Ile de Sein está na área do acidente, a mais de mil km da costa brasileira.
De acordo com o BEA, 68 pessoas estão a bordo do navio, incluindo a tripulação. Entre eles estão nove operadores do robô submarino, técnicos da empresa americana Phoenix International, proprietária dos equipamentos, e membros do BEA.
O coronel Luís Cláudio Lupoli, da Força Aérea Brasileira, também está a bordo do navio. Ele é o representante brasileiro na comissão de investigação do acidente.
Até o momento, os motivos da tragédia não foram explicados. Os investigadores franceses determinaram que houve falha nas sondas de velocidade da aeronave, chamadas pitot, mas consideraram que essa avaria não bastaria para explicar o acidente.

 Por Folha