Confrontos atingem Trípoli; porta-voz diz que situação está controlada
Após explosões e tiroteios atingirem a capital da Líbia, Trípoli, na noite deste sábado, o porta-voz do governo de Muammar Gaddafi, Moussa Ibrahim, fez um pronunciamento na TV estatal confirmando a presença de rebeldes armados contrários ao regime nas ruas da capital. Ibrahim, porém, disse que a situação está "sob controle" e que o ditador continua a governar o país.
"Eu garanto que Gaddafi é o líder de vocês. Trípoli está cercada de milhares de pessoas para defendê-la", afirmou, acrescentando que tratam-se de grupos "pequenos de insurgentes, com poucos integrantes".
Mais tarde, em mensagem de áudio, Gaddafi parabenizou os líbios pela "eliminação dos ratos", em referência a rebeldes que chegaram hoje às ruas da capital. No aúdio, Gaddafi também faz acusações contra o presidente francês, Nicolas Sarkozy, dizendo que ele "quer o petróleo líbio".
Ibrahim fez ainda um apelo para que os rebeldes se rendam, dizendo que eles serão perdoados, "mesmo que tenham matado nossos parentes e pessoas próximas"
Os violentos distúrbios na capital na noite deste sábado, após dias de derrotas das forças leais a Gaddafi, geraram especulação de que os 41 anos do regime poderiam estar perto do fim. No entanto, não existem detalhes sobre a violência nas ruas de Trípoli, nem sobre o avanço dos rebeldes na capital.
Moradores disseram à agência de notícias Reuters que ouviram tiros vindos de diversas localidades e que havia manifestantes anti-Gaddafi protestando nas ruas da capital. Antes disso, rebeldes líbios lutavam neste sábado em cidades costeiras de ambos os lados de Trípoli.
E tudo acontece em meio a mais uma baixa no governo. O ministro do Petróleo da Líbia, Omran Abukraa, está na Tunísia, depois de decidir não voltar à Líbia, após uma viagem ao exterior, disse neste sábado uma fonte oficial tunisiana. Trata-se da terceira aparente deserção de uma figura importante para Gaddafi.
Os Estados Unidos disseram que os "dias estão contados" para Gaddafi, à medida que insurgentes, apoiados pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), colocaram ainda mais pressão pela saída do ditador, em meio a relatos de que o número de desertores do regime aumentou.
Constantes explosões provocadas por granadas, morteiros e armas automáticas puderam ser ouvidas na sexta-feira e no sabado no centro de Zawiyah, cidade situada na costa, a cerca de 50 quilômetros a oeste de Trípoli, na qual os rebeldes entraram nesta semana.
Morteiros atingiram um hospital central perto do amanhecer, deixando buracos nas paredes, enquanto era visíveis as cenas de destruição no interior do edifícil. Na sexta-feira, houve confrontos ao redor do hospital.
Na praça central, moradores queimavam uma bandeira verde de Gaddafi. "Gaddafi está acabado. Os civis estão começando a retornar para as cidades. A Líbia está finalmente livre", disse um deles, que se identificou como Abu Khaled.
Em um beco próximo, moradores se aglomeravam para ver os corpos dos soldados do governo estendidos na rua. Tiroteios e explosões eram ouvidos a distância.
CERCO A CIDADE
A tomada de Zawiyah transformou o conflito, ao deixar Trípoli sem sua principal ligação terrestre com o mundo exterior, gerando uma pressão sem precedentes sobre o mandato de Gaddafi.
Segundo testemunhas, enquanto tentavam consolidar o controle da cidade e sua estratégica refinaria de petróleo, os rebeldes de Zawiyah reunidos na praça central trocaram tiros com as forças de Gaddafi, refugiadas em um hospital próximo, antes de expulsá-las.
O cerco súbito de Trípoli tem prejudicado os habitantes da capital e afetado o fornecimento de combustível e alimentos. A Organização Internacional para as Migrações (OIM) afirmou na sexta-feira que vai realizar uma operação de resgate em massa para evacuar centenas de trabalhadores estrangeiros, provavelmente por mar.
Em torno de 600 mil dos cerca de 1,5 a 2,5 milhões de trabalhadores estrangeiros na Líbia fugiram do país desde o início da guerra civil, mas várias centenas permaneceram em Trípoli, que até esta semana estava bastante longe dos combates e ligada a duas horas de carro à fronteira com a Tunísia.
BAIXAS NO REGIME
O ministro do Petróleo da Líbia, Omran Abukraa, pode se juntar a um alto funcionário da segurança, Abdullah al-Nasser Mabruk, que voou para o Cairo a partir de Túnis na segunda-feira (15) com sua família. Os rebeldes dizem que Abdel Salam Jalloud, ex-segundo no comando de Gaddafi, que tinha perdido a simpatia do coronel, desertou sexta-feira.
Abukraa representou a Líbia na última reunião da OPEP em junho, após o ministro anterior do petróleo de Tripoli, Shokri Ganem, também desertou depois de muitos anos ao lado de Gaddafi e disse que apoiava a revolta de derrubá-lo.
"Eu garanto que Gaddafi é o líder de vocês. Trípoli está cercada de milhares de pessoas para defendê-la", afirmou, acrescentando que tratam-se de grupos "pequenos de insurgentes, com poucos integrantes".
Mais tarde, em mensagem de áudio, Gaddafi parabenizou os líbios pela "eliminação dos ratos", em referência a rebeldes que chegaram hoje às ruas da capital. No aúdio, Gaddafi também faz acusações contra o presidente francês, Nicolas Sarkozy, dizendo que ele "quer o petróleo líbio".
Ibrahim fez ainda um apelo para que os rebeldes se rendam, dizendo que eles serão perdoados, "mesmo que tenham matado nossos parentes e pessoas próximas"
Os violentos distúrbios na capital na noite deste sábado, após dias de derrotas das forças leais a Gaddafi, geraram especulação de que os 41 anos do regime poderiam estar perto do fim. No entanto, não existem detalhes sobre a violência nas ruas de Trípoli, nem sobre o avanço dos rebeldes na capital.
Moradores disseram à agência de notícias Reuters que ouviram tiros vindos de diversas localidades e que havia manifestantes anti-Gaddafi protestando nas ruas da capital. Antes disso, rebeldes líbios lutavam neste sábado em cidades costeiras de ambos os lados de Trípoli.
E tudo acontece em meio a mais uma baixa no governo. O ministro do Petróleo da Líbia, Omran Abukraa, está na Tunísia, depois de decidir não voltar à Líbia, após uma viagem ao exterior, disse neste sábado uma fonte oficial tunisiana. Trata-se da terceira aparente deserção de uma figura importante para Gaddafi.
Os Estados Unidos disseram que os "dias estão contados" para Gaddafi, à medida que insurgentes, apoiados pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), colocaram ainda mais pressão pela saída do ditador, em meio a relatos de que o número de desertores do regime aumentou.
Constantes explosões provocadas por granadas, morteiros e armas automáticas puderam ser ouvidas na sexta-feira e no sabado no centro de Zawiyah, cidade situada na costa, a cerca de 50 quilômetros a oeste de Trípoli, na qual os rebeldes entraram nesta semana.
Morteiros atingiram um hospital central perto do amanhecer, deixando buracos nas paredes, enquanto era visíveis as cenas de destruição no interior do edifícil. Na sexta-feira, houve confrontos ao redor do hospital.
Na praça central, moradores queimavam uma bandeira verde de Gaddafi. "Gaddafi está acabado. Os civis estão começando a retornar para as cidades. A Líbia está finalmente livre", disse um deles, que se identificou como Abu Khaled.
Em um beco próximo, moradores se aglomeravam para ver os corpos dos soldados do governo estendidos na rua. Tiroteios e explosões eram ouvidos a distância.
CERCO A CIDADE
A tomada de Zawiyah transformou o conflito, ao deixar Trípoli sem sua principal ligação terrestre com o mundo exterior, gerando uma pressão sem precedentes sobre o mandato de Gaddafi.
Segundo testemunhas, enquanto tentavam consolidar o controle da cidade e sua estratégica refinaria de petróleo, os rebeldes de Zawiyah reunidos na praça central trocaram tiros com as forças de Gaddafi, refugiadas em um hospital próximo, antes de expulsá-las.
O cerco súbito de Trípoli tem prejudicado os habitantes da capital e afetado o fornecimento de combustível e alimentos. A Organização Internacional para as Migrações (OIM) afirmou na sexta-feira que vai realizar uma operação de resgate em massa para evacuar centenas de trabalhadores estrangeiros, provavelmente por mar.
Em torno de 600 mil dos cerca de 1,5 a 2,5 milhões de trabalhadores estrangeiros na Líbia fugiram do país desde o início da guerra civil, mas várias centenas permaneceram em Trípoli, que até esta semana estava bastante longe dos combates e ligada a duas horas de carro à fronteira com a Tunísia.
BAIXAS NO REGIME
O ministro do Petróleo da Líbia, Omran Abukraa, pode se juntar a um alto funcionário da segurança, Abdullah al-Nasser Mabruk, que voou para o Cairo a partir de Túnis na segunda-feira (15) com sua família. Os rebeldes dizem que Abdel Salam Jalloud, ex-segundo no comando de Gaddafi, que tinha perdido a simpatia do coronel, desertou sexta-feira.
Abukraa representou a Líbia na última reunião da OPEP em junho, após o ministro anterior do petróleo de Tripoli, Shokri Ganem, também desertou depois de muitos anos ao lado de Gaddafi e disse que apoiava a revolta de derrubá-lo.
Por Folha