|

PSDB filia 93 sindicalistas para fortalecer nucleo social em MG

Com críticas à "tentativa de aparelhamento de todo o movimento sindical" pelo governo petista, o PSDB filiou neste sábado 93 sindicalistas ao diretório mineiro e anunciou que até o fim do ano terá criado o seu núcleo nacional sindical.
A iniciativa faz parte de um esforço nacional do partido de se abrir para os movimentos sociais e melhorar sua comunicação com a sociedade.
Essa vem sendo desde 2006 uma autocrítica que faz o partido, especialmente por meio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do senador Aécio Neves (MG). O partido agora busca transformar isso em ação.
O presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE), disse que o partido estará "ativo" junto aos setores sociais.
"Em menos de dois meses vamos criar novas secretarias, renovar as existentes em uma modelagem que vai considerar todas as forças sociais e essa necessidade, que o Aécio defende, que o Fernando Henrique defende e que o PSDB novo deseja, de ser um partido ligado à sociedade, que quebre a distância entre a liderança partidária e a sociedade. Que não seja apenas um partido parlamentar, mas um partido plural", disse.
Essa busca teve início há três meses com o ressurgimento do núcleo sindical de São Paulo. Agora ganha o reforço do mineiro. Já há a formatação desse modelo em outros Estados.
Nomes principalmente da Força Sindical, da UGT (União Geral dos Trabalhadores), da Nova Central Sindical e da CGT do B (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil) assinaram a ficha de filiação aos diretórios paulista e mineiro.
O presidente da Força em Minas, Rogério Fernandes, e o vice-presidente nacional da Força Sindical, Melquíades de Araújo, filiado ao PSDB-SP desde a fundação tucana, dizem que esses núcleos não devem ser apenas figurativos.
Os sindicalistas já cobram a discussão da pauta trabalhista e participação ativa dos seus integrantes na vida do partido.
Questões como fim do fator previdenciário e redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, temas que são caros aos movimentos sindicais, terão de ser debatidos internamente. Guerra prometeu que haverá essa "construção democrática".
Aécio disse que haverá também espaço para essas discussões com o propósito de "encontrar afinidades", embora considere que "em uma ou outra questão não haja convergência absoluta". Mas afirmou que "o PSDB tem que estar aberto para discutir os interesses dos trabalhadores".
Para Aécio, o ato de filiação em Minas foi uma "demonstração de que, por mais que o governo federal tenha tentado, não conseguiu cooptar todo o movimento sindical".
Guerra também criticou a relação entre sindicatos e PT e disse que o PSDB não quer "instrumentalizar ninguém".
"Não queremos fazer como o PT. Vamos interagir de maneira democrática. Não queremos operar e instrumentalizar ninguém. A gente acha que não é decente cooptar instituições sindicais. A gente não faz isso, e eles fazem", afirmou.

Por Folha