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Oposição defende continuidade das investigações e critica Dilma

A oposição comemorou nesta quarta-feira (26) a queda do ministro do Esporte, Orlando Silva, defendeu a continuidade das investigações e criticou a postura da presidente Dilma Rousseff diante da crise na pasta.
"O governo da presidente Dilma Rousseff já soma seis ministros que precisaram abandonar o cargo após suspeita de uso indevido dos recursos públicos. Um recorde, sem dúvida. Em nenhum dos episódios, entretanto, a limpeza nos ministérios foi de iniciativa da presidente. As acusações, primeiramente, saíram na imprensa. Apenas quando a situação política do titular da pasta ficou insustentável, o cargo era abandonado", diz nota do DEM.
O ministro é suspeito de participação num esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que dá verba a ONGs para incentivar jovens a praticar esportes.
Os democratas afirmam ainda que a saída do ministro não resolve a crise. "É preciso investigar até o fim, desmontar estruturas que estão corroídas há quase uma década e punir todos os envolvidos."
Já o deputado Roberto Freire (SP), presidente nacional do PPS, disse que Dilma paga por ser subalterna ao ex-presidente Lula.
"A queda do ministro Orlando Silva é a demonstração cabal de dois aspectos profundamente negativos do governo Dilma: primeiro, é um ministério feito à imagem e semelhança de Lula --e que ela subalternamente aceitou-- e segundo, sua incapacidade de intervir para coibir malfeitorias."
Freire destacou que Orlando caiu por causa do inquérito aberto contra ele e Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal e ex-ministro do Esporte, no STF (Supremo Tribunal Federal).
"O ministro não saiu por decisão da presidente; por ela, ele ainda continuaria lá, até porque recebeu dela total solidariedade, apoio e sustentação."
Para o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), Orlando deveria ter se afastado do cargo logo no início da semana passada para, assim, evitar desgaste à imagem do país, já que seu ministério, por conta da Copa e das Olimpíadas, se transformou em uma vitrine.
"A Copa de 2014 no Brasil foi assunto no mundo inteiro na semana passada por conta da divulgação do calendário dos jogos, enquanto o ministro da pasta que coordena os preparativos para o evento se defendia das acusações de corrupção. Isso é extremamente negativo para a reputação do Brasil", disse.
De acordo com o líder, a situação do ministro já era insustentável. "Com a abertura do inquérito pelo STF ontem, não havia qualquer condição para que permanecesse no cargo. Sua vinda à Câmara ontem para falar sobre a Lei Geral da Copa foi uma chacota com o Congresso e com o país", disse.
Nogueira afirmou que a saída do ministro não pode significar o engavetamento das investigações. "As denúncias são de que há um esquema montado no ministério para a distribuição de recursos por meio de ONGs, muito semelhante ao mensalão. Tudo precisa ser investigado, os envolvidos afastados e os recursos devolvidos", disse.
 
APARELHAMENTO
 
Na avaliação de Freire, "a queda do ministro deveria ser a queda, também, do aparelhamento que foi feito no Ministério do Esporte".
O presidente do PPS afirmou que é preciso exigir a continuidade das investigações dos casos de corrupção no ministério e também uma "limpeza" na pasta.

Por Folha