Procuradoria vai investigar convênio com ONG de ex-jogadora
O direcionamento de licitações e suposto uso de dinheiro público para financiar a eleição da ex-jogadora de basquete Karina Rodrigues serão investigados pelo Ministério Público Federal em Campinas (93 km de São Paulo).
A verba foi repassada por convênio entre o Ministério dos Esportes e a ONG Pra Frente Brasil, gerenciada por Rodrigues.
Segundo o procurador Paulo Gomes Ferreira Filho, que será responsável pela investigação, há indícios de violação a princípios exigidos para o uso do dinheiro público, como a impessoalidade.
"Algumas empresas contratadas pela ONG com dinheiro do ministério tinham relações próximas com Rodrigues, inclusive estão entre os principais doadores de verba para sua campanha em 2008, isso será apurado", disse Ferreira Filho. A ex-jogadora é vereadora em Jaguariúna (123 km de São Paulo) pelo PC do B.
Para implantar as atividades, a ONG contratou ao menos 13 empresas fornecedoras de alimentação e material esportivo, entre outros serviços. Em alguns casos foram realizadas licitações, mesmo não sendo obrigatórias.
"Pode ter havido simulação de legalidade", afirmou o procurador sobre o fato de as empresas que tinham diretores próximos a Rodrigues terem sido vencedoras. Ele pretende, entre outras medidas, realizar um levantamento de preços do mercado à época dos contratos e verificar se houve superfaturamento.
De acordo com o procurador, não há, até o momento, nenhum indício de participação do ministério no suposto desvio de dinheiro.
O convênio foi firmado entre o ministério e a ONG para a implantação de 180 núcleos de Esporte Educacional no Estado de São Paulo, cujo objetivo era atender 18.000 crianças, adolescentes e jovens, por meio da oferta de práticas esportivas educacionais.
ENTENDA O CASO
O ministro do Esporte, Orlando Silva, é suspeito de participação num esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que dá verba a ONGs para incentivar jovens a praticar esportes. A acusação foi feita à revista "Veja" pelo policial militar João Dias Ferreira.
O soldado e seu funcionário Célio Soares Pereira disseram à revista que o ministro recebeu parte do dinheiro desviado pessoalmente na garagem do ministério.
Segundo o ministro, que tem desqualificado o policial militar em entrevistas e nas oportunidades que falou do assunto, disse que as acusações podem ser uma reação ao pedido que fez para que o TCU (Tribunal de Contas da União) investigue os convênios do ministério com a ONG que pertence ao autor das denúncias.
Em nota, o Ministério do Esporte disse que João Dias firmou dois convênios com a pasta, em 2005 e 2006, que não foram executados. O ministério pede a devolução de R$ 3,16 milhões dos convênios.
De acordo com o ministro, desde que o TCU foi acionado, integrantes de sua equipe vêm recebendo ameaças.
ACORDO
Em entrevista publicada na terça pela Folha, Ferreira disse que Orlando Silva lhe propôs um acordo, em março de 2008, para que não levasse a órgãos de controle e à imprensa denúncia sobre irregularidades no programa Segundo Tempo.
Ferreira protestou, na reunião que afirma ter tido, sobre ação do ministério que apontou irregularidades em dois convênios. O ministro nega o encontro com Ferreira em 2008. Diz que só se encontrou com ele em 2004 e 2005.
Anteontem, o delator participou de reunião com lideranças da oposição no Congresso Nacional, e afirmou que em breve novos documentos serão mostrados para comprovar os desvios. Segundo ele, há "mais de 300 caixas pretas" que comprovariam as irregularidades.
A verba foi repassada por convênio entre o Ministério dos Esportes e a ONG Pra Frente Brasil, gerenciada por Rodrigues.
Segundo o procurador Paulo Gomes Ferreira Filho, que será responsável pela investigação, há indícios de violação a princípios exigidos para o uso do dinheiro público, como a impessoalidade.
"Algumas empresas contratadas pela ONG com dinheiro do ministério tinham relações próximas com Rodrigues, inclusive estão entre os principais doadores de verba para sua campanha em 2008, isso será apurado", disse Ferreira Filho. A ex-jogadora é vereadora em Jaguariúna (123 km de São Paulo) pelo PC do B.
Para implantar as atividades, a ONG contratou ao menos 13 empresas fornecedoras de alimentação e material esportivo, entre outros serviços. Em alguns casos foram realizadas licitações, mesmo não sendo obrigatórias.
"Pode ter havido simulação de legalidade", afirmou o procurador sobre o fato de as empresas que tinham diretores próximos a Rodrigues terem sido vencedoras. Ele pretende, entre outras medidas, realizar um levantamento de preços do mercado à época dos contratos e verificar se houve superfaturamento.
De acordo com o procurador, não há, até o momento, nenhum indício de participação do ministério no suposto desvio de dinheiro.
O convênio foi firmado entre o ministério e a ONG para a implantação de 180 núcleos de Esporte Educacional no Estado de São Paulo, cujo objetivo era atender 18.000 crianças, adolescentes e jovens, por meio da oferta de práticas esportivas educacionais.
ENTENDA O CASO
O ministro do Esporte, Orlando Silva, é suspeito de participação num esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que dá verba a ONGs para incentivar jovens a praticar esportes. A acusação foi feita à revista "Veja" pelo policial militar João Dias Ferreira.
O soldado e seu funcionário Célio Soares Pereira disseram à revista que o ministro recebeu parte do dinheiro desviado pessoalmente na garagem do ministério.
Segundo o ministro, que tem desqualificado o policial militar em entrevistas e nas oportunidades que falou do assunto, disse que as acusações podem ser uma reação ao pedido que fez para que o TCU (Tribunal de Contas da União) investigue os convênios do ministério com a ONG que pertence ao autor das denúncias.
Em nota, o Ministério do Esporte disse que João Dias firmou dois convênios com a pasta, em 2005 e 2006, que não foram executados. O ministério pede a devolução de R$ 3,16 milhões dos convênios.
De acordo com o ministro, desde que o TCU foi acionado, integrantes de sua equipe vêm recebendo ameaças.
ACORDO
Em entrevista publicada na terça pela Folha, Ferreira disse que Orlando Silva lhe propôs um acordo, em março de 2008, para que não levasse a órgãos de controle e à imprensa denúncia sobre irregularidades no programa Segundo Tempo.
Ferreira protestou, na reunião que afirma ter tido, sobre ação do ministério que apontou irregularidades em dois convênios. O ministro nega o encontro com Ferreira em 2008. Diz que só se encontrou com ele em 2004 e 2005.
Anteontem, o delator participou de reunião com lideranças da oposição no Congresso Nacional, e afirmou que em breve novos documentos serão mostrados para comprovar os desvios. Segundo ele, há "mais de 300 caixas pretas" que comprovariam as irregularidades.
Por Folha