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STF dá prazo de 10 dias para envio de contratos do Esporte

A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia abriu um prazo de 10 dias para que o TCU (Tribunal de Contas da União) e a CGU (Controladoria-Geral da União) enviem ao tribunal todos os convênios do Ministério do Esporte sob investigação que foram assinados na gestão de Orlando Silva.
O prazo vale também para que a pasta envie documentos sobre contratos firmados no programa Segundo Tempo.
Assim que as informações chegarem, serão enviadas para a análise do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
A ministra também determinou um prazo de 48 horas para que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) envie o inquérito contra o ex-ministro do Esporte e atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), também para que Gurgel avalie se as duas investigações devem, de fato, correr juntas.
Cármen Lúcia não deferiu, porém, pedidos para ouvir algumas pessoas, entre elas o próprio Orlando, argumentando que, primeiro, precisa saber se eles já prestaram depoimento anteriormente.
O inquérito contra o ministro do Esporte está aberto desde a última sexta-feira, a pedido de Gurgel, momento em que ele passou a ser formalmente investigado.

ENTENDA O CASO
 
Orlando é suspeito de participação num esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que dá verba a ONGs para incentivar jovens a praticar esportes. A acusação foi feita à revista "Veja" pelo policial militar João Dias Ferreira.
O soldado e seu motorista disseram à revista que o ministro recebeu parte do dinheiro desviado pessoalmente na garagem do ministério.
Ferreira, que foi à Polícia Federal na segunda-feira (24) para prestar depoimento, disse ter entregado áudios de uma reunião que fez com funcionários da pasta para tentar resolver a prestação de contas de um de seus convênios.
Na semana passada, Ferreira depôs por mais de oito horas na PF. Segundo o policial, seu motorista, Célio Soares Pereira, vai se apresentar esta semana para também prestar depoimento. Célio afirmou à revista "Veja" ter presenciado a entrega de dinheiro na garagem do ministério.
Segundo o ministro, que tem desqualificado o policial militar em entrevistas e nas oportunidades que falou do assunto, disse que as acusações podem ser uma reação ao pedido que fez para que o TCU (Tribunal de Contas da União) investigue os convênios do ministério com a ONG que pertence ao autor das denúncias.
Em nota, o Ministério do Esporte disse que Ferreira firmou dois convênios com a pasta, em 2005 e 2006, que não foram executados. O ministério pede a devolução de R$ 3,16 milhões dos convênios.
De acordo com o ministro, desde que o TCU foi acionado, integrantes de sua equipe vêm recebendo ameaças.

Por Folha