Pesquisas indicam ascensão de Gingrich em disputa republicana nos EUA
Pesquisas de opinião realizadas horas antes da disputa da primária republicana deste sábado no Estado americano da Carolina do Sul indicaram a ascensão de Newt Gingrich , ex-presidente da Câmera dos Representantes dos Estados Unidos.
Gingrich vem se apresentando como um candidato mais conservador e como o que estaria mais apto a fazer frente ao ex-governador de Massachusetts Mitt Romney.
Romney é tido como insuficientemente conservador pela direita republicana, que vem tendo um papel cada vez maior dentro da legenda.
A primária deste sábado em um Estado tradicionalmente republicano e de eleitores mais alinhados com a direita do partido é considerado um teste crucial para os quatro candidatos que ainda estão na disputa que escolherá o candidato que irá concorrer à Presidência contra o democrata Barack Obama.
Em uma pesquisa divulgada na sexta-feira e relizada pela Universidade Clemson, Gingrich aparecia como o primeiro colocado, com 32% das intenções de voto, contra 26% para Mitt Romney. Mas o pleito também indicava que ainda havia 20% de indecisos.
O deputado pelo Estado do Texas Ron Paul aparecia em terceiro com 11% e o ex-senador pela Pensilvânia Rick Santorum contava com 9%.
JOGO EMBOLADO
Favorito até agora, o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney chega em meio a incertezas à terceira etapa da disputa para definir o candidato do Partido Republicano.
Romney ainda preserva a liderança nas sondagens nacionais, mas foi ultrapassado por Newt Gingrich nos pleitos relativos à primária da Carolina do Sul.
A mudança na sorte do ex-governador de Massachusetts começou na quinta-feira, quando dois novos fatos voltaram a embaralhar a corrida republicana.
O primeiro foi a notícia de que, ao contrário do que havia sido divulgado inicialmente, Romney não foi o vencedor da prévia de Iowa, que abriu o calendário eleitoral, em 3 de janeiro.
Após uma recontagem, o Partido Republicano de Iowa anunciou que, na verdade, Rick Santorum teve 34 votos a mais do que Romney (anteriormente, acreditava-se que Romney havia vencido com oito votos de vantagem).
Como votos de oito locais de votação não puderam ser recontados, o partido decidiu não declarar um vencedor oficial.
Mesmo com a mudança, o percentual de votos obtidos pelos dois candidatos permanece quase idêntico, mas o fato de Romney ter perdido pode ilustrar a resistência enfrentada por sua candidatura em Estados mais conservadores, caso de Iowa e também da Carolina do Sul.
VOTO CONSERVADOR
No mesmo dia, outra notícia abalou ainda mais a campanha de Romney na Carolina do Sul.
O governador do Texas, Rick Perry, abandonou a corrida eleitoral e declarou apoio a Gingrich.
Até agora, boa parte do favoritismo de Romney vinha sendo creditada à divisão da ala mais conservadora do partido entre três candidatos: Gingrich, Santorum e Perry.
Mesmo antes do anúncio de Perry, Gingrich já vinha se esforçando em sua campanha na Carolina do Sul para passar a mensagem de que os conservadores devem consolidar o apoio à sua campanha e que votos para Santorum ou Perry iriam acabar beneficiando Romney.
Com a saída de Perry, muitos de seus eleitores devem passar a apoiar Gingrich, o que aumenta as chances de que o ex-presidente da Câmara tenha um bom desempenho na Carolina do Sul, berço de um eleitorado conservador que tem a fama de "escolher" o pré-candidato que acabará sendo nomeado republicano.
Desde 1980, todos os vencedores das primárias republicanas no Estado acabaram vencendo a indicação final do partido.
Uma vitória de Gingrich no Estado poderá dificultar a campanha de Romney, já que ainda há uma maratona de prévias em todo o país até o anúncio oficial do indicado republicano, na convenção nacional, em agosto.
No entanto, há também temores de que revelações recentes feitas pela segunda mulher de Gingrich possam abalar sua imagem. Na quinta-feira, Marianne Gingrich disse em entrevista a veículos americanos que ele teria proposto um "casamento aberto" e que, antes do divórcio, ele já mantinha um relacionamento com Callista Bisek, sua atual esposa.
FALTA DE EMPOLGAÇÃO
Apesar das mudanças recentes, pesquisas nacionais ainda mostram Romney como favorito à indicação republicana, e indicam um empate técnico em um suposto embate entre ele e o presidente Barack Obama, que busca a reeleição pelo Partido Democrata.
Mas, apesar desse favoritismo, Romney ainda não consegue empolgar o eleitorado republicano.
Os eleitores do partido afirmam, em sua maioria, acreditar que Romney é o candidato com melhores chances de vencer Obama na eleição de 6 de novembro. No entanto, mais da metade diz que gostaria de ter outro candidato como alternativa.
"Não se pode negar que o quadro de candidatos é excepcionalmente fraco, sendo Romney o único presidente plausível", diz o analista Tom Mann, do Brookings Institution, que participou de uma discussão sobre a corrida republicana.
"Seu sucesso reflete mais a ausência de um adversário forte do que sua própria força como candidato", afirma Mann.
DESAFIOS
A falta de empolgação com Romney é visível na Carolina do Sul, onde a maioria dos eventos de sua campanha são acompanhados por uma plateia modesta e contida.
Considerado liberal demais por algumas alas do partido, Romney costuma ter melhor desempenho em Estados menos conservadores, como New Hampshire, onde venceu a primária republicana com 40% dos votos, 17 pontos percentuais à frente do segundo colocado, Ron Paul.
Ele também enfrenta a desconfiança dos evangélicos, em parte motivada pelo fato de ser mórmon.
Na tentativa de explorar as fraquezas de Romney, os adversário intensificaram as críticas à sua candidatura nos últimos dias.
A resistência do ex-governador em divulgar sua declaração de renda, e o fato de pagar taxa de apenas 15% alimentaram uma polêmica ao longo da semana, explorada especialmente por Gingrich.
A atuação de Romney à frente da empresa Bain Capital no passado também já foi alvo de ataques dos rivais, que acusaram o ex-governador de "colocar lucros à frente das pessoas".
Há ainda o controverso plano de saúde implementado durante seu governo em Massachusetts, que serviu de inspiração para a reforma da saúde promovida por Obama e contestada pelos republicanos.
Gingrich vem se apresentando como um candidato mais conservador e como o que estaria mais apto a fazer frente ao ex-governador de Massachusetts Mitt Romney.
Romney é tido como insuficientemente conservador pela direita republicana, que vem tendo um papel cada vez maior dentro da legenda.
A primária deste sábado em um Estado tradicionalmente republicano e de eleitores mais alinhados com a direita do partido é considerado um teste crucial para os quatro candidatos que ainda estão na disputa que escolherá o candidato que irá concorrer à Presidência contra o democrata Barack Obama.
Em uma pesquisa divulgada na sexta-feira e relizada pela Universidade Clemson, Gingrich aparecia como o primeiro colocado, com 32% das intenções de voto, contra 26% para Mitt Romney. Mas o pleito também indicava que ainda havia 20% de indecisos.
O deputado pelo Estado do Texas Ron Paul aparecia em terceiro com 11% e o ex-senador pela Pensilvânia Rick Santorum contava com 9%.
JOGO EMBOLADO
Favorito até agora, o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney chega em meio a incertezas à terceira etapa da disputa para definir o candidato do Partido Republicano.
Romney ainda preserva a liderança nas sondagens nacionais, mas foi ultrapassado por Newt Gingrich nos pleitos relativos à primária da Carolina do Sul.
A mudança na sorte do ex-governador de Massachusetts começou na quinta-feira, quando dois novos fatos voltaram a embaralhar a corrida republicana.
O primeiro foi a notícia de que, ao contrário do que havia sido divulgado inicialmente, Romney não foi o vencedor da prévia de Iowa, que abriu o calendário eleitoral, em 3 de janeiro.
Após uma recontagem, o Partido Republicano de Iowa anunciou que, na verdade, Rick Santorum teve 34 votos a mais do que Romney (anteriormente, acreditava-se que Romney havia vencido com oito votos de vantagem).
Como votos de oito locais de votação não puderam ser recontados, o partido decidiu não declarar um vencedor oficial.
Mesmo com a mudança, o percentual de votos obtidos pelos dois candidatos permanece quase idêntico, mas o fato de Romney ter perdido pode ilustrar a resistência enfrentada por sua candidatura em Estados mais conservadores, caso de Iowa e também da Carolina do Sul.
VOTO CONSERVADOR
No mesmo dia, outra notícia abalou ainda mais a campanha de Romney na Carolina do Sul.
O governador do Texas, Rick Perry, abandonou a corrida eleitoral e declarou apoio a Gingrich.
Até agora, boa parte do favoritismo de Romney vinha sendo creditada à divisão da ala mais conservadora do partido entre três candidatos: Gingrich, Santorum e Perry.
Mesmo antes do anúncio de Perry, Gingrich já vinha se esforçando em sua campanha na Carolina do Sul para passar a mensagem de que os conservadores devem consolidar o apoio à sua campanha e que votos para Santorum ou Perry iriam acabar beneficiando Romney.
Com a saída de Perry, muitos de seus eleitores devem passar a apoiar Gingrich, o que aumenta as chances de que o ex-presidente da Câmara tenha um bom desempenho na Carolina do Sul, berço de um eleitorado conservador que tem a fama de "escolher" o pré-candidato que acabará sendo nomeado republicano.
Desde 1980, todos os vencedores das primárias republicanas no Estado acabaram vencendo a indicação final do partido.
Uma vitória de Gingrich no Estado poderá dificultar a campanha de Romney, já que ainda há uma maratona de prévias em todo o país até o anúncio oficial do indicado republicano, na convenção nacional, em agosto.
No entanto, há também temores de que revelações recentes feitas pela segunda mulher de Gingrich possam abalar sua imagem. Na quinta-feira, Marianne Gingrich disse em entrevista a veículos americanos que ele teria proposto um "casamento aberto" e que, antes do divórcio, ele já mantinha um relacionamento com Callista Bisek, sua atual esposa.
FALTA DE EMPOLGAÇÃO
Apesar das mudanças recentes, pesquisas nacionais ainda mostram Romney como favorito à indicação republicana, e indicam um empate técnico em um suposto embate entre ele e o presidente Barack Obama, que busca a reeleição pelo Partido Democrata.
Mas, apesar desse favoritismo, Romney ainda não consegue empolgar o eleitorado republicano.
Os eleitores do partido afirmam, em sua maioria, acreditar que Romney é o candidato com melhores chances de vencer Obama na eleição de 6 de novembro. No entanto, mais da metade diz que gostaria de ter outro candidato como alternativa.
"Não se pode negar que o quadro de candidatos é excepcionalmente fraco, sendo Romney o único presidente plausível", diz o analista Tom Mann, do Brookings Institution, que participou de uma discussão sobre a corrida republicana.
"Seu sucesso reflete mais a ausência de um adversário forte do que sua própria força como candidato", afirma Mann.
DESAFIOS
A falta de empolgação com Romney é visível na Carolina do Sul, onde a maioria dos eventos de sua campanha são acompanhados por uma plateia modesta e contida.
Considerado liberal demais por algumas alas do partido, Romney costuma ter melhor desempenho em Estados menos conservadores, como New Hampshire, onde venceu a primária republicana com 40% dos votos, 17 pontos percentuais à frente do segundo colocado, Ron Paul.
Ele também enfrenta a desconfiança dos evangélicos, em parte motivada pelo fato de ser mórmon.
Na tentativa de explorar as fraquezas de Romney, os adversário intensificaram as críticas à sua candidatura nos últimos dias.
A resistência do ex-governador em divulgar sua declaração de renda, e o fato de pagar taxa de apenas 15% alimentaram uma polêmica ao longo da semana, explorada especialmente por Gingrich.
A atuação de Romney à frente da empresa Bain Capital no passado também já foi alvo de ataques dos rivais, que acusaram o ex-governador de "colocar lucros à frente das pessoas".
Há ainda o controverso plano de saúde implementado durante seu governo em Massachusetts, que serviu de inspiração para a reforma da saúde promovida por Obama e contestada pelos republicanos.
Por Folha