Advogada de defesa diz que juíza precisa 'voltar a estudar'
O segundo dia de julgamento do caso Eloá está sendo marcado por desentendimentos. Na manhã desta terça-feira (14), a defesa e a acusação do julgamento de Lindemberg Alves, 25, acusado de assassinar a ex-namorada, Eloá Cristina Pimentel, 15, em Santo André (Grande São Paulo), em 2008, se desentenderam em relação ao depoimento da mãe da menina, Ana Cristina Pimentel, inicialmente convocada pela defesa (leia mais abaixo).
Durante a tarde, a advogada Ana Lúcia Assad, defensora de Lindemberg Alves, bateu boca com a juíza Milena Dias durante o depoimento da perita criminal Dairse Aparecida Pereira Lopes. A advogada questionou sobre o número da arma usada no crime que constava no processo. A juíza, então, disse que não cabia a Ana Lúcia fazer tal questionamento naquele momento.
Ana Lúcia afirmou estar em busca da ‘verdade”, porém, mais uma vez, foi alertada pela juíza do caso que deveria esperar o momento dos debates para levantar suas dúvidas. “Em nome do princípio da verdade real, eu quero ouvir a testemunha de novo”, disse a advogada. “Esse princípio não existe ou não tem esse nome”, retrucou a juíza Milena Dias.
“Então a senhora precisa voltar a estudar”, disse a advogada. Nesse momento, a promotora Daniela Hashimoto interveio e alertou que Ana Lúcia poderia responder por desacato se fizesse esse tipo de comentário. Por fim, a juíza permitiu que as novas questões fossem feitas pela defesa.
Dois jornalistas também foram ouvidos nesta terça-feira como testemunhas de defesa de Lindemberg Alves. Márcio Campos e Rodrigo Hidalgo, ambos TV Bandeirantes, ouviram, da advogada do réu, Ana Lúcia Assad, perguntas que tentavam relacionar o fim trágico do cárcere de Eloá à cobertura da mídia. Questões como "você acha que a imprensa influenciou o caso" foram indeferidas pela juíza Milena Dias, que as considerou "achismo".
Os dois jornalistas afirmaram que não interferiram nas negociações e que apenas fizeram a cobertura do caso.
Em seu depoimento, Campos afirmou que Lindemberg parecia calmo durante o tempo que manteve a ex-namorada como refém - a única pessoa que aparentava nervosismo, disse o jornalista, era Eloá.
Nesta segunda-feira (13), a advogada Ana Lúcia Assad, questionada se a cobertura teve impacto no desfecho do caso, afirmou que "todos têm corresponsabilidade, inclusive a sociedade".
A jovem Nayara Rodrigues, amiga da vítima, que também foi rendida por Lindemberg, disse, em seu depoimento nesta segunda, que o acusado se vangloriava do que estava fazendo. “Ele se vangloriava, via tudo pela TV. Deu um tiro no PM e disse: 'É para mostrar que eu não sou bonzinho'", afirmou a amiga de Eloá.
Após alguns desentendimentos durante a manhã desta terça-feira (14), a defesa e a acusação do julgamento de Lindemberg Alves, 25, acusado de assassinar a ex-namorada, Eloá Cristina Pimentel, 15, em Santo André (Grande São Paulo), em 2008, entraram em um acordo: apenas o irmão da jovem, Douglas, prestaria depoimento. A mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, não seria ouvida como testemunha.
Ana Cristina, no entanto, desejava falar. A mãe de Eloá disse, durante uma entrevista coletiva, que gostaria de dizer que Lindemberg é um 'assassino' e 'quem ama não mata'.
Ela relembrou o momento em que, no plenário, ficou cara a cara com o acusado e se encararam. Disse não ter visto arrependimento nos olhos do réu. Segundo ela, Lindemberg fez um gesto com as mãos, interpretado por ela como um pedido para que ela “limpasse a barra” dele.
Douglas, irmão da menina morta, assim como seu irmão mais velho, caracterizou Lindemberg como "monstro". A mãe de Eloá ouviu o depoimento do garoto, menor de idade, do plenário - ele tem 17 anos hoje e disse que vai acompanhar o resto do julgamento da plateia.
Ao sair para almoçar, a advogada de defesa de Lindemberg foi hostilizada e pediu escolta policial.
Em 13 outubro de 2008, Lindemberg invadiu o apartamento da ex-namorada Eloá e a manteve refém por cerca de 100 horas. Outros três amigos também ficaram sob a mira de uma arma. No desfecho da história, a polícia invadiu o apartamento de Eloá, e a menina acabou baleada na virilha e na cabeça, mas não resistiu aos ferimentos. A amiga dela, Nayara Rodrigues, que estava no apartamento, foi baleada no rosto e sobreviveu.
Durante a tarde, a advogada Ana Lúcia Assad, defensora de Lindemberg Alves, bateu boca com a juíza Milena Dias durante o depoimento da perita criminal Dairse Aparecida Pereira Lopes. A advogada questionou sobre o número da arma usada no crime que constava no processo. A juíza, então, disse que não cabia a Ana Lúcia fazer tal questionamento naquele momento.
Ana Lúcia afirmou estar em busca da ‘verdade”, porém, mais uma vez, foi alertada pela juíza do caso que deveria esperar o momento dos debates para levantar suas dúvidas. “Em nome do princípio da verdade real, eu quero ouvir a testemunha de novo”, disse a advogada. “Esse princípio não existe ou não tem esse nome”, retrucou a juíza Milena Dias.
“Então a senhora precisa voltar a estudar”, disse a advogada. Nesse momento, a promotora Daniela Hashimoto interveio e alertou que Ana Lúcia poderia responder por desacato se fizesse esse tipo de comentário. Por fim, a juíza permitiu que as novas questões fossem feitas pela defesa.
Dois jornalistas também foram ouvidos nesta terça-feira como testemunhas de defesa de Lindemberg Alves. Márcio Campos e Rodrigo Hidalgo, ambos TV Bandeirantes, ouviram, da advogada do réu, Ana Lúcia Assad, perguntas que tentavam relacionar o fim trágico do cárcere de Eloá à cobertura da mídia. Questões como "você acha que a imprensa influenciou o caso" foram indeferidas pela juíza Milena Dias, que as considerou "achismo".
Os dois jornalistas afirmaram que não interferiram nas negociações e que apenas fizeram a cobertura do caso.
Em seu depoimento, Campos afirmou que Lindemberg parecia calmo durante o tempo que manteve a ex-namorada como refém - a única pessoa que aparentava nervosismo, disse o jornalista, era Eloá.
Nesta segunda-feira (13), a advogada Ana Lúcia Assad, questionada se a cobertura teve impacto no desfecho do caso, afirmou que "todos têm corresponsabilidade, inclusive a sociedade".
A jovem Nayara Rodrigues, amiga da vítima, que também foi rendida por Lindemberg, disse, em seu depoimento nesta segunda, que o acusado se vangloriava do que estava fazendo. “Ele se vangloriava, via tudo pela TV. Deu um tiro no PM e disse: 'É para mostrar que eu não sou bonzinho'", afirmou a amiga de Eloá.
Mãe de Eloá não é ouvida; só irmão mais novo depôs
Após alguns desentendimentos durante a manhã desta terça-feira (14), a defesa e a acusação do julgamento de Lindemberg Alves, 25, acusado de assassinar a ex-namorada, Eloá Cristina Pimentel, 15, em Santo André (Grande São Paulo), em 2008, entraram em um acordo: apenas o irmão da jovem, Douglas, prestaria depoimento. A mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, não seria ouvida como testemunha.
Ana Cristina, no entanto, desejava falar. A mãe de Eloá disse, durante uma entrevista coletiva, que gostaria de dizer que Lindemberg é um 'assassino' e 'quem ama não mata'.
Ela relembrou o momento em que, no plenário, ficou cara a cara com o acusado e se encararam. Disse não ter visto arrependimento nos olhos do réu. Segundo ela, Lindemberg fez um gesto com as mãos, interpretado por ela como um pedido para que ela “limpasse a barra” dele.
Douglas, irmão da menina morta, assim como seu irmão mais velho, caracterizou Lindemberg como "monstro". A mãe de Eloá ouviu o depoimento do garoto, menor de idade, do plenário - ele tem 17 anos hoje e disse que vai acompanhar o resto do julgamento da plateia.
Ao sair para almoçar, a advogada de defesa de Lindemberg foi hostilizada e pediu escolta policial.
Em 13 outubro de 2008, Lindemberg invadiu o apartamento da ex-namorada Eloá e a manteve refém por cerca de 100 horas. Outros três amigos também ficaram sob a mira de uma arma. No desfecho da história, a polícia invadiu o apartamento de Eloá, e a menina acabou baleada na virilha e na cabeça, mas não resistiu aos ferimentos. A amiga dela, Nayara Rodrigues, que estava no apartamento, foi baleada no rosto e sobreviveu.
Por Época