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Marta vai acordar de 'mãos dadas comigo', diz Haddad

Durante visita a um bairro da periferia de São Paulo nesta sexta-feira, Fernando Haddad, o pré-candidato do PT à prefeitura, disse não ter "a menor dúvida" de que a ex-prefeita Marta Suplicy participará de sua campanha.
Há duas semanas, a ex-prefeita condicionou seu embarque na campanha de Haddad ao desfecho das negociações com o prefeito Gilberto Kassab (PSD).
Na ocasião, Marta comparou as negociações a um "pesadelo" e disse temer "acordar de mãos dadas" com Kassab.
"Ela vai acordar de mãos dadas comigo", afirmou Haddad nesta sexta.
O ex-ministro da Educação começou sua maratona pelas 31 subprefeituras de São Paulo. Sua primeira parada foi o Jardim Ângela, bairro na zona sula da capital. De acordo com ele, a imersão tem objetivos programáticos.
Questionado se a intenção também era torná-lo mais conhecido, ele negou.
"Não é esse o objetivo, nem poderia ser. O objetivo é colher subsídios para o programa de governo."
De acordo com a última pesquisa Datafolha, mais de 60% da população afirma não conhecer o pré-candidato do PT. Os maiores percentuais estão nas populações de menor poder aquisitivo, concentradas nas periferias leste e sul da cidade.
Essas regiões são tradicionais redutos petista. Segundo estudos de Cesar romero Jacob, da PUC-Rio, desde 1996 os candidatos do PT têm melhor votação na periferia paulistana. "Precisamos apresentá-lo aos 'nossos' bairros", reconhece o vereador Antonio Donato.
Em 2008, na zona eleitoral de Piraporinha (onde fica o Jardim Ângela), Marta teve quase 70% dos votos no segundo turno.
Ainda assim, Haddad afirma que a escolha do bairro para sua primeira visita não tem relação com uma intenção de atrair a ex-prefeita para sua campanha.
"Não terei que fazer nenhum esforço para trazer Marta [para a campanha], porque ela já me disse que virá", disse Haddad.
Durante a visita nesta sexta, o ex-ministro caminhou pelo bairro para ver as linhas de ônibus, conversou com líderes comunitários sobre os principais problemas da região e apertou muitas mãos.

Por Folha