DEM vai pedir a Demóstenes Torres que deixe o partido
A cúpula do DEM vai pedir ao senador Demóstenes Torres (DEM-GO) que saia
do partido antes da abertura de um processo de expulsão.
Integrantes do partido em Goiás foram escalados para procurar Demóstenes até segunda-feira e aconselhá-lo a deixar a legenda por conta própria, segundo a Folha apurou.
Os novos documentos e gravações envolvendo o nome do senador e o empresário Carlinhos Cachoeira estão sendo considerados gravíssimos pela cúpula do DEM.
Os membros da legenda conversaram nesta manhã e concluíram que a permanência do senador nos quadros da legenda ficou insustentável. Publicamente, o partido evita adotar o discurso, mas nos bastidores já trabalha pela saída do senador.
A pressão maior pela saída de Demóstenes parte da bancada do DEM na Câmara dos Deputados. Ontem, um grupo de deputados chegou a convocar reunião da Executiva Nacional para discutir o caso na terça, mas o presidente da legenda, senador José Agripino (RN), decidiu cancelar.
A ideia de sugerir a Demóstenes a desfiliação por conta própria é evitar o desgaste de um processo de expulsão, que dependeria da ação de um filiado pedindo a abertura deste tipo de procedimento.
A desfiliação partindo de Demóstenes seria um enredo parecido ao do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, que pediu para deixar o partido antes de ser expulso durante o escândalo de corrupção no Distrito Federal.
SUSPEITAS
De acordo com escutas divulgadas nesta sexta-feira (30) pelo jornal "O Globo", o senador acertou com o empresário ajuda em processo judicial e em projeto de legalização de jogos de azar em tramitação no Congresso. Cachoeira foi preso no dia 29 de fevereiro durante a Operação Monte Carlo, que investiga uma quadrilha que explorava jogos caça-níqueis em Goiás.
Nas gravações, Demóstenes também fala com Cachoeira de negócios com a Infraero na época que ele era relator da CPI do Apagão Aéreo.
Hoje, a Folha mostrou que investigações da Polícia Federal apontam que o empresário repassou informações sobre apurações contra o seu grupo ao senador.
No inquérito a que a Folha teve acesso, o nome de Demóstenes aparece, por exemplo, num relatório da PF sobre um diálogo gravado com autorização judicial no dia 13 de março do ano passado, às 15h37.
Nele, conversam Cachoeira e o sargento aposentado da Aeronáutica Idalberto Matias, o Dadá --apontado pela Procuradoria como o principal araponga da quadrilha. Ambos estão presos. De acordo com a PF, eles falavam sobre investigações sigilosas que o grupo sofria à época, quando a Monte Carlo já estava em andamento.
OUTRO LADO
Questionado sobre as gravações da Polícia Federal na Operação Monte Carlo, o advogado de Demóstenes Torres, Antonio Carlos de Almeida Castro, afirmou que elas não têm valor jurídico e são totalmente nulas.
Isso porque o senador só poderia ser investigado com autorização do STF. O advogado afirmou não ter tido acesso à íntegra de todos os diálogos interceptados pela PF, mas critica a atuação da polícia.
"Como vou fazer interpretação de uma suposta interpretação do que a polícia ouviu?", questionou.
Segundo a defesa, caberia ao juiz de primeira instância remeter o caso de Demóstenes ao Supremo logo nos primeiros dias de escutas.
A Folha tentou novo contato com o senador nesta sexta-feira, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
Integrantes do partido em Goiás foram escalados para procurar Demóstenes até segunda-feira e aconselhá-lo a deixar a legenda por conta própria, segundo a Folha apurou.
Os novos documentos e gravações envolvendo o nome do senador e o empresário Carlinhos Cachoeira estão sendo considerados gravíssimos pela cúpula do DEM.
Os membros da legenda conversaram nesta manhã e concluíram que a permanência do senador nos quadros da legenda ficou insustentável. Publicamente, o partido evita adotar o discurso, mas nos bastidores já trabalha pela saída do senador.
A pressão maior pela saída de Demóstenes parte da bancada do DEM na Câmara dos Deputados. Ontem, um grupo de deputados chegou a convocar reunião da Executiva Nacional para discutir o caso na terça, mas o presidente da legenda, senador José Agripino (RN), decidiu cancelar.
A ideia de sugerir a Demóstenes a desfiliação por conta própria é evitar o desgaste de um processo de expulsão, que dependeria da ação de um filiado pedindo a abertura deste tipo de procedimento.
A desfiliação partindo de Demóstenes seria um enredo parecido ao do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, que pediu para deixar o partido antes de ser expulso durante o escândalo de corrupção no Distrito Federal.
SUSPEITAS
De acordo com escutas divulgadas nesta sexta-feira (30) pelo jornal "O Globo", o senador acertou com o empresário ajuda em processo judicial e em projeto de legalização de jogos de azar em tramitação no Congresso. Cachoeira foi preso no dia 29 de fevereiro durante a Operação Monte Carlo, que investiga uma quadrilha que explorava jogos caça-níqueis em Goiás.
Nas gravações, Demóstenes também fala com Cachoeira de negócios com a Infraero na época que ele era relator da CPI do Apagão Aéreo.
Hoje, a Folha mostrou que investigações da Polícia Federal apontam que o empresário repassou informações sobre apurações contra o seu grupo ao senador.
No inquérito a que a Folha teve acesso, o nome de Demóstenes aparece, por exemplo, num relatório da PF sobre um diálogo gravado com autorização judicial no dia 13 de março do ano passado, às 15h37.
Nele, conversam Cachoeira e o sargento aposentado da Aeronáutica Idalberto Matias, o Dadá --apontado pela Procuradoria como o principal araponga da quadrilha. Ambos estão presos. De acordo com a PF, eles falavam sobre investigações sigilosas que o grupo sofria à época, quando a Monte Carlo já estava em andamento.
OUTRO LADO
Questionado sobre as gravações da Polícia Federal na Operação Monte Carlo, o advogado de Demóstenes Torres, Antonio Carlos de Almeida Castro, afirmou que elas não têm valor jurídico e são totalmente nulas.
Isso porque o senador só poderia ser investigado com autorização do STF. O advogado afirmou não ter tido acesso à íntegra de todos os diálogos interceptados pela PF, mas critica a atuação da polícia.
"Como vou fazer interpretação de uma suposta interpretação do que a polícia ouviu?", questionou.
Segundo a defesa, caberia ao juiz de primeira instância remeter o caso de Demóstenes ao Supremo logo nos primeiros dias de escutas.
A Folha tentou novo contato com o senador nesta sexta-feira, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
Por Folha