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'Não ponho uma minhoca no anzol', diz novo ministro da Pesca

O novo ministro da Pesca, Marcelo Crivella (PRB-RJ), admitiu nesta quinta-feira que não tem conhecimentos sobre o setor pesqueiro do país. Na véspera de assumir o cargo, Crivella disse que vai "aprender com técnicos" da pasta por não ser um bom pescador e ter formação de engenheiro civil --sem qualquer relação com o setor.
"Eu não ponho uma minhoca no anzol, mas não estou indo para o ministério para pescar, mas para trabalhar. Eu sei que lá tem muitos técnicos bons, bons pescadores, vou aprender com eles", disse à Folha.
Crivella discutiu o futuro do setor pesqueiro no governo Lula, na época em que Mangabeira Unger (PRB) ocupou a Secretaria de Assuntos Estratégicos da gestão petista e traçou metas para o ano de 2022 no Brasil. Mas disse não ter informações recentes sobre o setor.
"A nossa visão sobre a pesca para 2022 eu tenho, agora o dia a dia do ministério eu vou pegar quando chegar lá. Eu tenho muita coisa para aprender."
Bispo licenciado da Igreja Universal, Crivella disse que vai ser o interlocutor dos evangélicos junto à presidente Dilma Rousseff --na mesma postura ocupada por ele durante a campanha presidencial. Crivella afirmou, porém, que sua indicação para a pasta não assegura o apoio dos evangélicos à presidente caso Dilma não preserve os "valores" da família brasileira.
"Para os evangélicos, a questão do aborto, do casamento, da família, é muito importante. Ela pode colocar todo o ministério evangélico que, se ela aprovar leis que são contra a família e contra a vida, vai perder o apoio dos evangélicos. Nesse caso, não tem santo que ajude."
 
ELEIÇÕES EM SP
 
Crivella disse que sua indicação para o ministério não é uma forma de pressão ao PRB para retirar a candidatura de Celso Russomano (PRB) à prefeitura de São Paulo para apoiar Fernando Haddadd (PT).
"Vocês imaginam se agora a gente convence a ele de ser vice do Hadadd que tem 5 pontos na pesquisa e ele tem 20. O partido iria se esfacelar. Isso não vai ocorrer de maneira nenhuma.
O Celso Russomano não está sendo negociado, mas fortalecido, porque o partido ganhou um ministro."
O senador disse ser "mais provável" que Hadadd tenha que apoiar Russomano num eventual segundo turno com o tucano José Serra (PSDB) na corrida pela prefeitura. "O Serra entrou, mas com uma rejeição enorme. Estamos tranquilo esperando formar alianças para ganhar as eleições."

Por Folha