Governo faz acordo para fixar alíquota do ICMS
A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, informou nesta
quinta-feira que o governo fechou um acordo com líderes partidários do
Senado para votação da Resolução nº 72, que fixa em 4% a alíquota única
do ICMS interestadual para bens nacionais e importados. A intenção do
Planalto é fazer com que a medida coloque fim na chamada “guerra dos
portos”.
Hoje alguns governos estaduais, por meio de políticas compensatórias,
conseguem reduzir o valor do ICMS para atrair importações a seus portos.
Dentro da estratégia petista de "proteção" à indústria nacional, o
governo avalia que a prática deixa o produto brasileiro em condições
desfavoráveis na competição com os que são produzidos no exterior - e
por isso quer, por meio da nova medida de alíquota única, atrapalhar o
caminho das empresas de comércio exterior.
Para Ideli, se aprovada, a resolução vai beneficiar os governos
estaduais. “Isso fará com que os governadores possam ter, inclusive,
maior capacidade de investimento", disse a ministra. O esforço do
governo é para que os lideres dos partidos ponham o texto na pauta de
votações até quarta-feira da semana que vem. O governo tem feito uma
ofensiva para conseguir apoio para o projeto entre os senadores. “A
orientação é para que se obtenha a aprovação o quanto antes”, afirmou um
senador governista ao site de VEJA.
A aprovação da resolução também foi defendida pelo ministro da Fazenda,
Guido Mantega, na útima terça-feira, durante o anúncio do pacote de medidas para estimular a indústria.
A proposta ainda foi discutida em reunião entre a presidente Dilma
Rousseff e os principais empresários do país, no mês passado.
Comércio eletrônico - Segundo Ideli, também foi
negociada com os senadores a aprovação da proposta que muda a forma de
cobrança do ICMS sobre o comércio eletrônico. O texto prevê uma divisão
do ICMS entre os estados de origem e de destino nas operações de compra
pela Internet, para evitar a perda de arrecadação de estados
consumidores. A medida também deve bloquear a bitributação que ocorre
por vezes nesse tipo de compra.
Outra proposta que deve ser votada na semana que vem é a que muda o
indexador das dívidas dos estados com a União. Segundo o texto, o novo
indexador será a taxa básica de juros, a Selic, em substituição ao
IGP-DI. “A proposta foi apresentada pelos líderes no Senado e teve uma
pronta resposta do ministro Mantega”, disse a ministra.
Por Veja