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Senador Demóstenes Torres pede desfiliação do DEM

Em meio a um escândalo envolvendo suas relações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, o senador Demóstenes Torres (GO) decidiu deixar o DEM, partido do qual foi líder e pelo se notabilizou com as duras críticas que fazia a casos de corrupção no governo. Demóstenes redigiu carta com pedido de desfiliação do DEM e encaminhou o documento ao partido, segundo a assessoria de imprensa do presidente da legenda, senador Agripino Maia (RN).
Na carta, Demóstenes fala que decidiu se desfiliar do DEM por causa do pré-julgamento público feito pelo partido sobre o caso, informa a coluna de Felipe Patury.
Agripino anunciou, na segunda-feira (2), a abertura de processo contra Demóstenes Torres que poderia levar a sua expulsão da legenda. Agripino esperava que Torres se defendesse das acusações de atender aos interesses do bicheiro Carlinhos Cachoeira, mas o senador não se manifestou. "Por reiterado desvio da conduta partidária que o senador teve, estamos abrindo o processo de expulsão", disse, de acordo com o portal G1.
Demóstenes Torres (GO) é acusado de fazer lobby e interferir em projetos de lei no Congresso em benefício do bicheiro Carlos Augusto da Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Gravações da Polícia Federal, feitas com autorização da Justiça e divulgadas esta semana por ÉPOCA, mostram o senador e Cachoeira negociando projetos de lei, inclusive para obras da Copa do Mundo.
No total, a PF gravou mais de 300 conversas entre Demóstenes Torres e Carlos Cachoeira. O senador se defende dizendo que é amigo de Cachoeira, e que não há, nas conversas, nada que o comprometa. “São conversas entre amigos, só há trivialidades.” Foi por meio dessas escutas que os investigadores descobriram que Cachoeira deu a Demóstenes uma geladeira e um fogão importados como presente de casamento. Na ocasião, o senador falou com ÉPOCA. “Sou amigo dele [Carlinhos Cachoeira] há anos. A Andressa, mulher dele, também é muito amiga da minha mulher”, disse.
Em outra reportagem, ÉPOCA mostrou que o senador tinha um rádio Nextel exclusivo para se comunicar com Cachoeira. De acordo com a Polícia Federal, o propósito de Cachoeira era evitar que escutas telefônicas, legais ou ilegais, captassem suas conversas com os comandantes de uma rede de exploração ilegal de máquinas caça-níqueis em Goiás e na periferia de Brasília.
 
Por Época