Votos válidos do Datafolha afrontam a matemática: a diferença é de 6,9 pontos, não de 8; se é para arredondar, é de 7!
Na nova pesquisa Datafolha, conforme se antecipou aqui, a diferença entre a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra passou de 7 pontos percentuais há cinco dias para 6 pontos agora. Ela oscilou de 48% para 47%, e ele se manteve com 41%. Nos votos válidos, no entanto, o Datafolha diz que ela tem 54%, e ele 46%. A conta está errada! A diferença nos válidos também caiu um ponto — na verdade, caiu 1,1: era de oito e agora é de 6,9.
O que mudou nesta pesquisa Datafolha em relação àquela de cinco dias atrás? Além de Dilma ter oscilado um ponto para baixo, de 48% para 47%, o percentual de indecisos também subiu: de 7% para 8%. Os brancos continuam em 3%. Muito bem.
Segundo o Datafolha, qual é o total de votos válidos? 54% para ele e 46% para ele. Por quê? Segundo a matemática, os 48 pontos de Dilma correspondem a 53,4% dos 88 pontos válidos; e os 41% dele, a 46,5%.
O Datafolha arredondou, certo?
Um estranho arredondamento: o 0,4 dela virou um ponto; o 0,5 dele virou zero. Como explicar?
Poder-se-ia dizer que arredondamentos que desconhecemos, que só o instituto sabe quais são, autorizam a divulgação que se fez dos válidos. Ocorre que, nessa hipótese, seria preciso fazer um arredondamento para beneficiá-lo nos votos totais, tanto quanto se fez um que a beneficia nos votos válidos. Como são os válidos que elegem…
Os institutos estão sob críticas — bastante compreensíveis, diga-se. Mágicas dessa natureza, a essa altura do campeonato, não ajudam a recuperar a reputação. Não faz sentido nenhum que Dilma tenha oscilado um ponto para baixo, Serra se mantido onde estava, e os indecisos oscilado um para cima, e, ó milagre!, os votos válidos tenham se mantido inalterados. Não acreditem em mim! Consultem qualquer matemátioa.
E não me venham com aquele papo de que isso é coisa para especialistas. Se especialistas em pesquisas desafiam a matemática, os especialistas em pesquisa estão errados, e a matemática está certa. Sempre! A diferença nos votos válidos, SEGUNDO OS DADOS QUE O DATAFOLHA DIVULGOU AO MENOS, é de 6,9 pontos — arredondando, 7! Agora, se há dados que o instituto não divulgou, nada posso dizer a respeito.
O que não é possível é o Datafolha nos convidar para algo mais ou menos assim: “Olhem, eu sei que a conta não bate, mas acreditem em mim!”
O que mudou nesta pesquisa Datafolha em relação àquela de cinco dias atrás? Além de Dilma ter oscilado um ponto para baixo, de 48% para 47%, o percentual de indecisos também subiu: de 7% para 8%. Os brancos continuam em 3%. Muito bem.
Segundo o Datafolha, qual é o total de votos válidos? 54% para ele e 46% para ele. Por quê? Segundo a matemática, os 48 pontos de Dilma correspondem a 53,4% dos 88 pontos válidos; e os 41% dele, a 46,5%.
O Datafolha arredondou, certo?
Um estranho arredondamento: o 0,4 dela virou um ponto; o 0,5 dele virou zero. Como explicar?
Poder-se-ia dizer que arredondamentos que desconhecemos, que só o instituto sabe quais são, autorizam a divulgação que se fez dos válidos. Ocorre que, nessa hipótese, seria preciso fazer um arredondamento para beneficiá-lo nos votos totais, tanto quanto se fez um que a beneficia nos votos válidos. Como são os válidos que elegem…
Os institutos estão sob críticas — bastante compreensíveis, diga-se. Mágicas dessa natureza, a essa altura do campeonato, não ajudam a recuperar a reputação. Não faz sentido nenhum que Dilma tenha oscilado um ponto para baixo, Serra se mantido onde estava, e os indecisos oscilado um para cima, e, ó milagre!, os votos válidos tenham se mantido inalterados. Não acreditem em mim! Consultem qualquer matemátioa.
E não me venham com aquele papo de que isso é coisa para especialistas. Se especialistas em pesquisas desafiam a matemática, os especialistas em pesquisa estão errados, e a matemática está certa. Sempre! A diferença nos votos válidos, SEGUNDO OS DADOS QUE O DATAFOLHA DIVULGOU AO MENOS, é de 6,9 pontos — arredondando, 7! Agora, se há dados que o instituto não divulgou, nada posso dizer a respeito.
O que não é possível é o Datafolha nos convidar para algo mais ou menos assim: “Olhem, eu sei que a conta não bate, mas acreditem em mim!”
Por Reinaldo Azevedo, da Veja