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Dilma diz que 'pibão foi bom', mas não vai se repetir nos próximos anos

BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff comemorou o crescimento de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
- O pibão foi bom - afirmou a presidente.
Ela avaliou que o percentual estava dentro do que o governo esperava, mas previu que nos próximos anos o crescimento não será tão acelerado. A presidente acredita que o país crescerá a uma taxa de 4,5% daqui para frente e fez questão de dizer que o governo continuará trabalhando para que a inflação não saia do controle.
-Sabíamos que seria um número acima de 7%. Então, 7,5% é um número bastante razoável. Acredito que esse número demonstra que o Brasil tem capacidade de crescer a essas taxas e que, nos próximos anos, não acreditamos que repetiremos estes 7,5%, mas ficaremos numa faixa de 4,5% tranquilamente.
Para Dilma, o governo aumentou a capacidade para que o país cresça e isso permite que o Brasil se expanda e aumente seu dinamismo.
- Estamos fazendo agora uma consolidação fiscal porque, para nós, o controle da inflação é uma das questões mais importantes e é uma conquista que o povo brasileiro, ao longo dos últimos, obteve. Não vamos deixar, de maneira alguma, a inflação ficar fora de controle - declarou.
- Com um olho nós vamos olhar para a questão da estabilidade. E com outro nós vamos olhar para a questão da ampliação do investimento.
A presidente disse que um dos instrumentos eficazes de combate à inflação é a capacidade de crescimento do país. Por isso é importante, na avaliação dela, aumentar a capacidade de investimento para que o país cresça com estabilidade.
- Os 7,5% eu acho que a gente deve saudar, mas vamos sempre procurar uma taxa bastante razoável de crescimento - 4,5% a 5% -, que seja sustentável e permanente. Obviamente, a gente espera que o mundo não crie turbulências nem marolas.
Dilma disse que não está preocupada com o aumento do preço do barril do petróleo por causa da crise na Líbia. Alguns setores, como o de aviação, já ameaçam subir o preço das tarifas, o que pode contribuir para aumentar ainda mais a inflação.
- Acho que não é uma preocupação das maiores _ disse, observando que a Líbia produz cerca de 1,8 milhão de barris por dia, o equivalente à produção do Brasil- Não há hipótese de você afetar o conjunto do fornecimento do mundo por conta disso.
Ela lembrou que empresas brasileiras mantêm investimentos na Líbia, o que causa uma turbulência para elas. Porém, Dilma disse que espera que a crise na Líbia não seja duradoura.

Presidente do BC diz que economia brasileira entrou em novo ciclo de expansão

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, declarou que o desempenho do PIB no ano passado confirma que "a economia brasileira entrou em um novo ciclo de expansão", após a rápida recuperação dos efeitos da crise financeira de 2008/2009.
Em breve nota, ele destacou que "a demanda doméstica continuou sendo o grande suporte da economia". Pelos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o consumo das famílias subiu 7% em 2010, o sétimo ano consecutivo de expansão. Esse componente, notou o BC, tem sido impulsionado pelo avanço do crédito, do emprego e da renda.
A autoridade monetária chamou atenção ainda para a formação bruta de capital fixo, um indicativo de investimento, que teve alta de 21,8% no ano passado. O IBGE destacou que foi a maior taxa acumulada em quatro trimestres da série iniciada em 1996. O resultado, observou o BC, "sugere que o empresariado nacional está confiante nas perspectivas para a economia brasileira neste e nos próximos anos".
Apenas no quarto trimestre de 2010, perante os três meses anteriores, o PIB brasileiro verificou crescimento de 0,7%. No comparativo com o trimestre final de 2009, a economia apresentou expansão de 5%, mostrou o levantamento do IBGE. 

Por O Globo