Roubo de senhas coloca reputação do LinkedIn em xeque
O silêncio do LinkedIn em relação à extensão da quebra de segurança que
expôs as senhas de milhões de usuários manchou a reputação do site entre
alguns profissionais e pode atrasar o crescimento dele caso essa
violação tenha sido mais grave do que o divulgado.
Vários dias após o roubo de senhas ter sido divulgado, o site, com mais
de 160 milhões de membros, mantém que ainda precisa avaliar a proporção
do caso.
Alguns especialistas em segurança cibernética dizem que o LinkedIn não
tinha proteção adequada e alertam que pode descobrir mais violações de
informações nos próximos dias enquanto estiver tentando descobrir o que
aconteceu.
O LinkedIn contratou especialistas forenses para dar assistência, já
que os engenheiros da empresa e o FBI (polícia federal dos EUA) tentam
descobrir como mais de 6 milhões de senhas apareceram em sites ilegais
frequentados por hackers.
O porta-voz da companhia, Hani Durzy, disse que o LinkedIn invalidou as
senhas roubadas, apesar de não saber se qualquer outra informação foi
roubada das contas.
"Vem mais pela frente", disse Jeffrey Carr, presidente da empresa de
segurança Taia Global. "Enquanto eles não souberem o que aconteceu aqui,
há uma grande chance de que o caso tenha sido maior do que o imaginado
inicialmente", acrescentou.
Clientes cujas senhas foram roubadas ainda estavam sendo avisados pelo
LinkedIn na sexta-feira, dias depois de a violação ter vindo à
tona. Laura DiDio, analista de tecnologia da consultoria ITIC, disse que
a notificação não foi rápida o suficiente.
"Estou com raiva", afirmou. "“Assim que houve a suspeita de violação,
eles deveriam ter cuidado disso imediatamente. Quero saber o que estão
fazendo para corrigir essa situação", continuou.
Examinando as normas
Alguns especialistas em segurança dizem que as normas de segurança de
dados da empresa não eram tão sofisticadas como se espera normalmente de
uma grande empresa de Internet.
Por exemplo, eles apontaram que o LinkedIn não tem um diretor de informação ou diretor de segurança da informação.
Esses profissionais normalmente supervisionam as operações tecnológicas e a segurança de grandes corporações.
A porta-voz Erin O´Hara disse que a empresa não tem gerentes com esses
títulos, mas que o vice-presidente sênior de operações, David Henke,
supervisiona a equipe de segurança do LinkedIn.
Gerald Ferguson, um advogado da Baker Hostetler, especialista em
privacidade e direito de propriedade intelectual, disse que pode haver
repercussões legais pelo não cumprimento dos padrões da indústria, já
que os termos de uso dizem que a empresa utiliza o padrão de segurança
da indústria.
"Se eles conseguirem provar que a informação não foi abrangente, isso
certamente vai ajudar para que eles se defendam," disse Ferguson.
Representantes da empresa se recusaram a responder às criticas sobre as
técnicas de proteção de senhas ou sobre as possíveis implicações
legais.
Por Reuters