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Garantido fecha festa em Parintins

O Garantido fechou o Festival Folclórico de Parintins. O boi da Baixa do São José homenageou os defensores da floresta, Chico Mendes, Dorothy Stang a ao casal Maria do Espírito Santo e José Cláudio de Ribeiro, recentemente assassinados no Pará por conta de conflitos de terra. Mais uma vez, emocionou com canções clássicas, como ‘Coração de Batuqueiro’ e ‘Lamento de Raça’.
Apesar das toadas emocionantes, o boi teve problemas na alegoria que era uma das apostas para impressionar os jurados. A alegoria que teve problemas foi a do ritual Kuarup, uma das mais altas já levadas para arena. Um dos índios da alegoria era da mesma altura dos postes que sustentam os refletores do Bumbódromo. Mas, uma estrutura central que representava uma maloca não abriu. Dentro estava o pajé André Nascimento. A estrutura teve que ser arrancada. Os dedos da alegoria da lenda mãe da mata, que trazia a cunhã poranga também quebrou.
Mesmo com os problemas, a galera não desnimou e chegou a impressionar os jurados, que levantaram-se para ver a empolgação da torcida encarnada.

Apresentação

O boi de Lindolfo Monteverde iniciou sua apresentação com uma celebração folclórica que apresentou a mistura de raças responsável por formar o caboclo da Amazônia. Da alegoria surgiu a sinhazinha da fazenda, Ana Luisa. Ela foi levada para a arena em uma garça e ao chegar ao solo, duas asas de borboleta se abriram nas costas no vestido dela. A apresentação foi bonita, mas no final foi convidada a ir até próximo à torcida. Ela subiu em dois degraus e foi orientadas por alguns integrantes a subir a mureta e ir até os jurados, mas não conseguiu. Era visível o grande desconforto de Ana Luisa, que usava um vestido que deve pesar entre 20 e 30 quilos.
O amo do boi foi um dos destaques do Garantido neste ano. Afiado, desafiou o item do boi contrário o tempo inteiro. Ontem, por vezes, chegou a dividir os vocais com o levantador de toadas Sebastião Júnior. Ainda na celebração folclórica, Tony cantou toadas clássicas que empolgaram a galera, como ‘Vou anunciar’.
Na lenda amazônica, o Garantido também animou o público com a toada tema do item, uma das mais executadas da ilha neste ano. A alegoria trouxe a cunhã-poranga Tatiane Barros que usou uma fantasia que se transformava em beija-flor e em jaguar. Entretanto, apesar da alegoria estar plasticamente muito bonita, acabou tendo problemas no final e quebrou os dedos. A comissão de artes chegou a ficar desesperada.
O ‘Seringueiro’ concorreu como figura típica regional. Figurantes encenaram o processo de colheita do látex das seringueiras. A rainha do folclore, Patrícia de Góes, surgiu da alegoria com uma fantasia branca, referente a cor do leite da seringueira. Mas no chão ele se transformou em um gavião.
No final, o bumbá apresentou o ritual Kuarup ao som de ‘O Canto do Xamã Kanamari’ e com uma alegoria gigantesca, mas que também teve problemas. O ritual Kuarup mostrava a celebração realizada por índios que vivem no Parque Nacional do Xingú. O ritual ocorre em noite de lua cheia, em maio, quando os Kuikuru convidam as tribos amigas para participar da festa do reviver.  O pajé André Nascimento mostrou boa movimentação e foi bastante aplaudido. Fim de apresentação emocionante e com a galera gritando “é campeão” ao som de 'Miscigenação'.
Fique atento à apuração do Festival Folclórico de Parintins, amanhã, a partir das 14h.

Por D24AM