Polícia indicia 11 pessoas após morte de adolescente no Hopi Hari
Onze pessoas foram indiciadas sob suspeita de homicídio culposo pelo
acidente que matou a jovem Gabriella Yukari Nichimura, no parque de
diversões Hopi Hari, em São Paulo. Os nomes e o resultado da
investigação serão divulgados nesta terça-feira pelo delegado Álvaro
Santucci Noventa Júnior.
Nichimura, 14, morreu em 24 de fevereiro ao cair de uma altura de cerca
de 25 metros do brinquedo La Tour Eiffel, um elevador que sobe a quase
70 metros e despenca em simulação de queda livre. Ela subiu em uma
cadeira que deveria estar inoperante e não tinha o sistema de trava
acionado.
O laudo da perícia entregue à Polícia Civil na última sexta-feira (13)
confirmou que, no dia anterior ao acidente, técnicos de manutenção
mexeram no dispositivo de segurança dessa cadeira, mas ao terminar o
serviço não travaram novamente o dispositivo, o que permitiu que a
adolescente levantasse a trava para sentar e não garantiu que ela
continuasse fechada durante a descida.
Em depoimento ao Ministério Público do Trabalho, um dos técnicos disse
que desconhecia "completamente" o funcionamento daquele dispositivo. O
parque questionou essa informação, por meio do advogado Alberto Toron,
mas firmou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o Ministério
Público do Trabalho garantindo que irá melhorar o sistema de treinamento
e capacitação dos funcionários, entre outras medidas.
O parque chegou a ficar fechado por quase 20 dias depois do acidente, mas já voltou a operar normalmente.
Durante esse período, uma força-tarefa coordenada pelo Ministério
Público Estadual realizou vistorias de segurança nos 14 brinquedos
considerados mais radicais e também firmou um TAC com o Hopi Hari,
exigindo melhorias como tradução de manuais e avisos de segurança, além
de uma checagem dupla nas travas de montanhas-russas.
A família de Gabriella, que está no Japão, mandou uma mensagem por meio
do advogado: "O indiciamento destas pessoas não irá fazer com que
esqueçamos o pesadelo que estamos vivenciando, mas a Justiça irá
demonstrar que os responsáveis não ficarão impunes e suas consciências
carregarão para a eternidade a responsabilidade pela morte de nossa
filha".
Por Folha