Laudo psiquiátrico diz que Cachoeira está apto a depor
Laudo psiquiátrico elaborado pela Polícia Federal atestou que o contraventor Carlinhos Cachoeira não sofre de perturbações mentais e tem condições de prestar depoimento à Justiça Federal, em Goiânia. A avaliação médica poderia subsidiar a defesa do bicheiro a pedir, sob a alegação de riscos a sua saúde, que ele respondesse ao processo em liberdade.
“O perito considerou que ele não tem perturbação mental”, disse a procuradora Léa Batista. Nesta segunda-feira, após chegar a Goiânia, o bicheiro passou por duas avaliações médicas, uma do psiquiatra Antônio Frota, e outra de um médico da PF.
O depoimento de Carlinhos Cachoeira está previsto para ocorrer nesta quarta-feira, mas o próprio Ministério Público trabalha com a hipótese de os dias de oitivas serem ampliados. As audiências com depoimentos de testemunhas de defesa e de acusação começaram por volta das 9h15 desta terça na 11ª Vara Federal, em Goiânia.
Nesta terça-feira, o policial federal Fábio Alvarez Shor, que atuou na Monte Carlo, afirmou em oitiva à Justiça que o agente Wilson Tapajós Macêdo foi abordado e teve de disfarçar para evitar que as investigações fossem descobertas por integrantes da quadrilha de Cachoeira. Tapajós foi morto com dois tiros no cemitério de Brasília, no último dia 17. A polícia ainda apura o caso.
Adiamento - Mais cedo, o juiz federal Alderico Rocha Santos, responsável pela condução do caso Cachoeira, negou pedido dos advogados do bicheiro e do araponga Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, para que os depoimentos fossem adiados.
Os defensores alegaram que as diligências do caso ainda estavam incompletas e que não haviam sido intimados os 81 réus que fazem parte do processo, mas apenas os oito que compõem o núcleo da quadrilha.
No final de maio, o desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, cancelou as audiências de instrução do processo por considerar que as diligências do caso ainda não haviam sido concluídas.
Nesta manhã, a advogada de Carlinhos Cachoeira, Dora Cavalcanti, disse que ainda não considerava finalizada essa etapa porque as operadoras de telefonia não teriam informado à Justiça quais clientes tiveram dados cadastrais acessados por policiais nas investigações da Operação Monte Carlo.