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Manifestantes usam carro-bomba para enfrentar tropas na Líbia

Os opositores ao regime de Muamar Gaddafi usaram um carro com explosivos e um tanque para atacar um acampamento militar na cidade, segundo informaram testemunhas à emissora de TV CNN.
Os confrontos na Líbia entre manifestantes e forças de segurança mataram outras 25 pessoas neste domingo, segundo relatou um médico do hospital Al Jalla, em Benghazi, à rede norte-americana.
A rede afirma ainda que, com os confrontos de domingo, as mortes no país chegam a 209. Estimativas da ONG Human Rights Watch contabilizam 173 mortos --mas a própria organização diz que o número é conservador.
Tiroteios intensos também foram relatados pelas agências de notícias Reuters e France Presse.
"Estamos dentro de casa, e as luzes estão apagadas. Há tiroteios nas ruas", disse um morador da cidade à Reuters. "É isso o que eu ouço, tiros e pessoas. Eu não posso sair para fora."
Os manifestantes, inspirados pela agitação na vizinha Tunísia e no Egito, exigem o fim da ditadura de Muamar Gaddafi, que já dura 42 anos. Suas forças de segurança responderam com violência. As comunicações estão sendo controladas, e o acesso de jornalistas internacionais a Benghazi não é permitido.
Na noite de hoje, o filho do ditador falou à televisão estatal em dialeto líbio. De acordo com a rede Al Jazeera, ele prometeu reformas e indicou que uma "guerra civil" vai começar, caso prossigam as manifestações.
Saif El Islam Gaddafi também disse que a imprensa está exagerando sobre os acontecimentos no país, além de informar que o número de mortes é de apenas 14 pessoas --ele também declarou pesar pelas mortes.
O filho do ditador também informou que grupos islâmicos estão por trás dos protestos, e que estão se beneficiando com a situação. 

Por Folha