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Tunísia pede à Arábia Saudita a extradição do ex-presidente Ben Ali

A Tunísia pediu oficialmente à Arábia Saudita, neste domingo, a extradição do presidente deposto Zine El Abdine Ben Ali, sob a acusação de "envolvimento em diversos crimes graves".
Depois de exercer o poder por 23 anos, Ben Ali fugiu da Tunísia no dia 14 de janeiro, acossado por manifestações que levaram milhares às ruas. Há boatos de que ele estaria em coma em um hospital da cidade saudita de Jidá, após sofrer um acidente vascular cerebral. Por conta disso, o ministério das Relações Exteriores tunisiano, segundo a agência de imprensa oficial TAP, teria pedido, além da extradição, informações detalhadas sobre seu estado de saúde.

Protestos - Após a fuga de Ben Ali, a presidência interina foi assumida pelo primeiro-ministro Mohamed Ghannouchi. Também neste domingo, milhares de pessoas se concentraram no centro da capital Túnis para exigir a renúncia de Ghannouchi e de "todos os representantes" do antigo regime.
Os manifestantes se posicionaram na avenida Habib Bourguiba, principal via da capital, e depois foram em direção ao centro administrativo, onde estão situados os escritórios do primeiro-ministro. Os opositores reivindicam a nomeação de um novo executivo de transição, que dirija os assuntos do país até que sejam convocadas eleições gerais. Também exigem a formação de um comitê nacional "de proteção à revolução", que deve ser composto por cerca de 50 personalidades que representem os diferentes setores da sociedade tunisiana.
Os soldados situados nas cercanias dos escritórios do primeiro-ministro atiraram para o alto para dissuadir a movimentação, sem sucesso.
Em comunicado publicado pela agência TAP, o ministério do Interior tunisiano pediu que não sejam organizadas manifestações que perturbem a ordem pública. Também reiterou a necessidade de "respeitar" as disposições do estado de emergência instaurado no dia seguinte à saída de Ben Ali. 

Por Veja