Engenheiros japoneses conseguem reconectar cabo de energia do reator 2 da usina de Fukushima
VIENA - O Japão disse à agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) que engenheiros conseguiram colocar um cabo de energia da rede externa no reator número 2 da usina nuclear de Fukushima. O cabo, de mil metros de extensão, ligará a rede principal de energia ao reator para tentar reativar o funcionamento das bombas de água responsáveis pelo seu resfriamento. A instalação está sem luz desde o terremoto da semana passada.
Os avanços são uma boa notícia em meio aos esforços do governo japonês para conter uma catástrofe nuclear, informou a agência com sede em Viena na quinta-feira. A energia permitiria criar um sistema de refrigeração temporário e poderia ser usada em uma tentativa de acionar o sistema de resfriamento do reator 2. Dos quatro reatores da usina que foram danificados, o 2 é o único que ainda está com o teto da estrutura de contenção inteiro, o que não permite o uso do lançamento de água como forma de tentar impedir seu aquecimento.
"Eles planejam religar a energia da unidade 2 assim que o lançamento de água sobre a unidade do reator 3 tiver sido finalizado", disse a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em um comunicado.
O lançamento de água sobre o reator 3 foi temporariamente interrompido às 8h09 (no horário de Brasília). A agência de notícias Kyodo diz que a ação foi bem sucedida, mas não divulga detalhes. A operação poderá ser repetida na sexta-feira. Cerca de 60 mil litros de água já foram lançadas sobre o reator.
Segundo a agência de notícias Kyodo, a Tokyo Electric Power Company (Tepco), operadora da usina, os índices de radiação no local não diminuíram após a operação.
O porta-voz da agência nuclear do governo, Hidehiko Nishiyama, informou que a prioridade é conter problemas nos reservatórios de combustível reciclado dos reatores 3 e 4. O primeiro é mais preocupante, no entanto, porque contém plutônio e é o mais radioativo dos 4 que apresentaram danos estruturais após o terremoto seguido de tsunami que devastou o nordeste do país na sexta-feira.
Por O Globo
