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Conselho de Ética tem Renan e aliados de Sarney

Depois de responder a cinco processos por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi eleito ontem membro titular do órgão, responsável por investigar a conduta dos 81 senadores.
Ao lado de Renan, foram escolhidos para compor o colegiado outros 14 senadores --grande parte com processos na Justiça.
Amigo de Renan e do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o senador João Alberto (PMDB-MA) foi indicado para presidir o conselho. O peemedebista deve ser eleito hoje para o comando do órgão.
Apesar da ligação com Sarney, que respondeu a 11 processos no órgão em 2010, Alberto garante independência. "O conselho é cortar na própria carne", disse. "Estou preparado, exerci o cargo duas vezes."
A vice-presidência do conselho deve ser ocupada por Gim Argello (PTB-DF), que é investigado em inquérito que está no STF (Supremo Tribunal Federal) por ter alugado computadores por valor superfaturado quando era deputado distrital em Brasília.
Entre os indicados para o Conselho de Ética, estão os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO), que também respondem a processos.
Único a votar contra as indicações, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) disse que Sarney escolheu sua tropa de choque para controlar o órgão. "Quem vai mandar alguma coisa para um conselho que tem pessoas amigas do presidente da casa?", perguntou.

Por Folha