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Após críticas a 2014, ministro chama Romário de 'bem-humorado'

O ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., fez pouco caso da declaração do ex-atacante e deputado federal (PSB-RJ) Romário à Folha, concedida na véspera, de que só Jesus Cristo salvaria a Copa do Mundo no Brasil.
"O Romário, como jogador, sempre foi lembrado por ser uma pessoa bem-humorada. O Romário, como deputado federal, continua bem-humorado", afirmou, na manhã desta terça-feira, após evento em São Paulo.
"Tenho a questão da crença religiosa muito séria para mim e acredito que religião não se brinca", criticou Silva Jr. durante o evento "Confea/Crea em Campo" no Memorial da América Latina, em São Paulo, que contou com o prefeito Gilberto Kassab (PSD).
A capital paulista recebe a 11ª audiência pública sobre a Copa -2014 promovida pelos conselhos federal e regional de engenharia, arquitetura e agronomia.
Na segunda-feira, Romário criticara a organização do Mundial. "Pelo que estou vendo, as coisas não vão acontecer. Vai ter a Copa, mas infelizmente teremos problemas e não vai ser a melhor de todos os tempos. Vou te falar uma verdade: os evangélicos acreditam que Jesus vai voltar. Só ele para fazer com que o Brasil faça a melhor Copa. Se ele descer nos próximos três anos, aí será possível", declarou o parlamentar.
Ele é o autor do convite para que o presidente da CBF e do COL (Comitê Organizador Local), Ricardo Teixeira, vá à Câmara explicar as denúncias de cobrança de propina e o aumento do custo na construção e reforma dos estádios.

SIGILO
 
Questionado sobre a decisão de torcar secretos os orçamentos estimados pelo governo para as obras da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016, um dia após o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), defender a derrubada do artigo da medida provisória aprovada pela Câmara, Silva Jr. disse que vai procurar o senador para "ofertar a ele todas as informações sobre o tema".
"Respeitamos os poderes da República, é legítima a manifestação do Congresso Nacional. Ele [Congresso] é autônomo, mas o papel do governo é avançar na preparação da Copa", explicou-se.
"O debate hoje está sendo baseado numa premissa falsa, que só interessa à oposição", concluiu ele, que garante que todos os órgãos de controle terão acesso aos dados a qualquer momento.
"O sigilo é só durante o durante o processo de licitação. Não interessa ao Brasil ocultar o conteúdo das propostas. Todos os órgãos de controle terão acesso aos dados da Copa".
Em seu discurso no evento no Memorial da América Latina, que teve 23 minutos de duração, o ministro afirmou que o sigilo é uma maneira de evitar o cartel das empreteireiras interessadas em participar das licitações. "Queremos inibir o conluio de empresas. Porque elas combinam o preço e fazem acordo para impor seus interesses ao governo. O lobby é muito poderoso e o governo não pode vacilar.

Por Folha