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Campanha fictícia satirizando 'Marcha da Família' é o mais comentado no Twitter

Manaus - A tag #MarchaAntiCanhotismo confundiu muita gente no twitter nesta quarta-feira (01), o que acabou contribuindo para popularizar a campanha fictícia. Lançada com o objetivo de ironizar usuários do microblog que divulgam campanhas contra o Projeto de Lei Complementar 122 (que criminaliza a homofobia), a marcha ficou em primeiro lugar no TT nacional, seguida das tags #eusoucontrapl122 e #euapoioplc122sim.
Nesta quarta, mais de 50 mil pessoas de todo o país, sendo a maioria participantes de grupos religiosos, se reuniram em frente ao Congresso Nacional em Brasília, para participar da Marcha pela Família. A mobilização, convocada pelo deputado federal Marcelo Aguiar (PSC-SP), membro da diretoria da Frente Parlamentar Mista Permanente da Familia, contou com delegações contra o PL 122 e o "kit anti-homofobia".
Em protesto, blogueiros a favor da criminalização da homofobia lançaram a campanha Marcha Anti Canhotismo, com o slogan "Chega de propaganda de opção manual nas escolas".
A descrição do suposto movimento satiriza falas de líderes religiosos usadas nas campanhas contra a criminalização da homofobia, como no trecho "Não somos canhotofóbicos: amamos os canhotos, mas não podemos ser obrigados a apoiar a prática do canhotismo. Consideramos esta opção manual uma aberração da natureza, uma degeneração dos propósitos para os quais nosso Criador nos fez".
Muitas pessoas aproveitaram a tag e fizeram outra piada interna dentro com o chamado cyber bullyng. Os comentários mais frequentes na timeline misturam pessoas contra e a favor dos canhotos, como se fossem realmente vítimas da “marcha”, que está marcada na rede social Facebook para o dia 1o de julho, em Fernando de Noronha.

Religião e Homossexualidade no Brasil 

O maior medo dos que são contra a PL 122 é de que pastores possam ser punidos se condenarem a homossexualidade nas pregações. O projeto, porém, incluirá um artigo que protege os cultos da criminalização, segundo a relatora do mesmo, senadora Marta Suplicy (PT-SP).
A votação do projeto gera polêmica desde o mês passado, quando foi adiada. Na ocasião,  o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) e a senadora Marinor Brito (PSOL-PA) trocaram insultos. A votação do projeto foi adiada a pedido de Marta, que quer buscar consenso.
Atualmente o PL 122, está em tramitação no Senado e é chamado, no meio evangélico, de "lei da mordaça".

O que é o PL 122 

O Projeto prevê punições para atos de preconceitos e discriminações de vários grupos, entre eles os que envolvem a comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais). Punições também serão aplicadas a quem impedir a expressão e a manifestação da afetividade em locais públicos ou privados abertos ao público de casais do mesmo sexo.
Se aprovado no Senado, ele voltará à Câmara dos Deputados, onde teve origem, para mais uma avaliação.

Por D24am