|

Brasileiro é escalado para arbitrar a final de Wimbledon

O brasileiro Carlos Bernardes foi escolhido para uma das posições de maior prestígio do tênis mundial. Neste domingo, a partir das 10h (de Brasília), o paulista de 46 anos entrará na Quadra Central para ser o árbitro de cadeira da final de Wimbledon entre Rafael Nadal e Novak Djokovic.
Será a terceira vez de Bernardes na cadeira de uma decisão de Grand Slam, mas a primeira no palco de mais história do tênis. Por e-mail, o paulista disse ao GLOBOESPORTE.COM que sempre sonhou estar na Quadra Central de Wimbledon em um domingo.
- Será o maior sonho até o momento, pois Wimbledon é diferente pelo piso, tradição e sua história. Todos (os Grand Slams) têm um valor enorme, mas eu comecei a jogar tênis assistindo a partidas de Wimbledon. McEnroe contra Borg. Hoje me lembrei deste tempo e vejo que estarei lá amanhã (domingo) em uma final. É uma sensação maravilhosa. Estou muito feliz. Como é bom poder realizar os nossos sonhos, mas o melhor mesmo é saber que se trabalhou e lutou muito para conquistá-los - ressaltou o árbitro brasileiro.
A primeira vez que Bernardes sentou-se na cadeira para arbitrar uma final de Grand Slam foi em 2006, no US Open, para o jogo entre o americano Andy Roddick e o suíço Roger Federer. Dois anos depois, o brasileiro foi escolhido novamente para a final em Flushing Meadows entre Federer e o britânico Andy Murray. Em ambas, o suíço saiu vencedor.
Desta vez, em Wimbledon, Bernardes viveu uma semana de ansiedade. Na segunda-feira, o paulista soube por Gerry Armstrong, supervisor da Associação de Tenistas Profissionais (ATP), que havia uma chance de ser escalado para a final. O brasileiro, porém, é árbitro da ATP, e os Grand Slams dão preferência a árbitros da Federação Internacional de Tênis (ITF). Por isso, a intenção de Wimbledon era escalar o espanhol Enric Molina.
Para que isso Bernardes fosse o escolhido, era necessário que um tenista espanhol alcançasse a decisão - os torneios evitam escalar árbitros da mesma nacionalidade dos tenistas. Enquanto Rafael Nadal seguia avançando no torneio, a expectativa do brasileiro aumentava. Até que na sexta-feira o número 1 do mundo derrotou Andy Murray na semifinal.
- Tive que esperar até ontem, às 8h da noite, para saber se faria ou não a final. Não foi nada fácil, pois é um torneio sensacional. Eu pensava no Enric, no Murray e em mim pois seria a primeira final para qualquer um de nós.

Por SporTV