|

Sarney diz que Itamar não quis fazer velório no Palácio do Planalto

Ao comentar a morte do presidente Itamar Franco, o presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP), disse que essa é "uma semana difícil".
Segundo Sarney, apesar da oferta da presidente Dilma Rousseff, para realização do velório no Palácio do Planalto, Itamar tinha comunicado a parentes e amigos o desejo de ser velado em Juiz de Fora, sendo depois transferido para o Palácio da Liberdade, sede histórica do governo de Minas.
"Pessoalmente considero uma grande perda para o Brasil. Itamar marcou a vida política do país com sua personalidade inconfundível e extraordinário trabalho que desenvolveu a favor do povo, com honestidade e honradez. E, sobretudo, porque foi no seu governo que o povo encontrou a estabilidade econômica com o Plano Real", lamentou Sarney.
"Para mim, pessoalmente, é uma perda muito grande. Itamar era um amigo, com quem tinha ligação desde 1974. Por isso, foi com comoção que recebi essa notícia", acrescentou.
Sarney embarca amanhã para Juiz de Fora, onde assistirá ao velório de Itamar. Líderes partidários integrarão a comitiva do Senado.
Itamar Franco morreu aos 81 anos neste sábado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado desde o dia 21 de maio, quando foi diagnosticado com leucemia.
Segundo o hospital, Itamar morreu às 10h15 após acidente vascular cerebral. O corpo será transferido amanhã para Juiz de Fora (MG) para ser velado. Na segunda-feira, irá para Belo Horizonte, cidade na qual, por desejo do presidente, o corpo será cremado, após receber homenagens no Palácio da Liberdade.
Eleito senador pelo PPS de Minas Gerais no ano passado, Itamar estava licenciado do cargo desde que foi internado, em maio deste ano.
No dia 27 de junho, porém, boletim médico mostrou que o senador havia contraído uma pneumonia grave e foi transferido para a UTI (Unidade de Tratamento Intensiva) do hospital. A leucemia havia sido detectada após o presidente realizar exames devido a uma forte gripe.
Itamar, que completou 81 anos no último dia 28 de junho, assumiu a Presidência após a renúncia de Fernando Collor de Mello. Ele também governou o Estado de Minas Gerais entre 1999 e 2003 e foi eleito senador no ano passado, com 5.125.455 votos.

Por Folha