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Primo de Bruno deixa penitenciária na Grande BH

O primo do goleiro Bruno, Sérgio Rosa Sales, deixou a Penitenciária Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no início da noite desta quinta-feira (11). Na saída, Sales falou rapidamente à imprensa. "Eu estou muito feliz", resumiu.
Ele ficou preso por um ano e um mês. Dois de três desembargadores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) votaram nesta quarta-feira (10) pela liberdade provisória do réu. Ele e outros sete vão a júri popular pela morte de Eliza Samudio.
O pai dele, Carlos Alberto Sales, e duas irmãs de Sérgio estiveram na porta da Penitenciária Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana. "Estou muito satisfeito pela liberdade do Sérgio, mas queria que Bruno tivesse sido solto também, porque ele é um menino muito bacana. A casa que eu moro foi o Bruno que me deu", disse Carlos Alberto Sales.
De acordo com Carlos Alberto, o filho agora vai poder retomar a vida, voltar a trabalhar e a estudar. A mãe e a namorada ficaram em casa, na expectativa de que o primo de Bruno deixasse a penitenciária ainda na manhã desta quinta-feira. "Ela [mãe de Sérgio] ficou preparando o almoço", contou.
Sales ajudou a polícia na reconstituição do crime feita no sítio de Bruno em outubro de 2010. Ele contou detalhes do que teria acontecido no local nos dias anteriores ao desaparecimento de Eliza Samudio. Na ocasião, ele disse que a jovem estava na sala do sítio, com um ferimento no topo da cabeça.
De acordo com um dos desembargadores, Doorgal Andrada, o primo de Bruno não apresenta capacidade de influenciar testemunhas, não tem poder aquisitivo e colaborou com as investigações.
O advogado de Sales, Marco Antônio Siqueira, disse que sempre esperou que seu cliente fosse solto. Para Siqueira, Sérgio Sales é uma testemunha do crime.

Júri popular


Na mesma sessão, os desembargadores negaram pedido da defesa dos oito réus para que fosse revogada a decisão de que eles sejam julgados por um júri popular, determinada pela juíza Marixa Fabiane Rodrigues, de Contagem. Das decisões, cabe recurso.
O pedido do Ministério Público para que outros quatro réus, Dayanne Souza, Wemerson Marques, Elenilson Vitor da Silva e Fernanda Castro, também fossem julgados por homicídio triplamente qualificado foi negado pelos magistrados. Dayanne, Marques e Silva respondem em liberdade pelo sequestro e cárcere privado do filho do goleiro Bruno. Já Fernanda responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela.
Esta decisão deve dar continuidade ao julgamento dos réus, que está paralisado desde dezembro do ano passado, segundo informações do TJMG. A juíza Marixa determinou que oito pessoas fossem a júri popular pelos crimes relacionados ao caso.
Flávio Caetano Araújo, que era motorista do goleiro, foi solto por meio de um alvará no dia 26 de novembro de 2010 e foi absolvido de todas as acusações.

Entenda o caso

Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza Samudio deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul. Segundo a polícia, Eliza teria sito morta no início de junho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Polícia Civil indiciou Bruno e mais oito envolvidos no desaparecimento e morte da jovem. A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público em agosto de 2010. O corpo de Eliza não foi encontrado.

Por Folha