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Delegada diz que desfecho do assassinato de juíza está próximo

A chefe da Polícia Civil do Rio, delegada Martha Rocha disse nesta terça-feira que o inquérito que investiga a morte da juíza Patrícia Acioli estará concluído em 15 dias. Responsável pela investigação, o delegado Felipe Ettore, da Delegacia de Homicídios, confirmou a informação e disse que faltam pequenos detalhes.
O depoimento de um policial suspeito pelo assassinato da juíza levou à prisão o tenente-coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira, 45, ex-comandante do batalhão de São Gonçalo. Outros seis agentes foram presos sob suspeita de participação no crime.
"O desfecho está próximo. Este testemunho do cabo ajudou a elucidar toda essa trama diabólica. Ainda há fatos a serem apurados", afirma Ettore.
Os mandados de prisão temporária foram expedidos após depoimento do cabo Sérgio Costa Júnior, acusado no início do mês com outros dois PMs pelo mesmo crime. Ele confessou, detalhou o planejamento e será beneficiado por delação premiada.
No depoimento, o cabo disse que a juíza passou a "incomodar" o grupo quando iniciou investigações sobre a corrupção no batalhão. Os processos abertos por homicídios durante operações dificultaram a quadrilha dos policiais, segundo o cabo.
"A juíza investigava o tenente-coronel por participação em execuções e corrupção. Estava no encalço dele", disse o delegado Ettore.
Segundo Ettore, a intenção do homicídio era impedir que a juíza decretasse ordens de prisão contra Oliveira e outros integrantes do grupo.
O tenente-coronel disse à imprensa que é inocente e que confia na Justiça. Ele não prestará depoimento nesta terça-feira, como era esperado, porque seu advogado pediu para ter acesso ao inquérito antes.
 
O CASO
 
A juíza Patrícia Acioli foi assassinada com 21 tiros e, segundo a polícia, o crime foi planejado um mês antes. Poucas horas antes de ser assassinada, no dia 11 de agosto, a juíza havia decretado a prisão dos três PMs, que eram acusados pela morte do jovem Diego Beliene, 18, durante uma operação policial.
Para a polícia, os PMs tramaram a morte da juíza para tentar evitar a prisão, mas não sabiam que o decreto já havia sido expedido. Três PMs foram presos no dia seguinte ao assassinato da juíza, mas a investigação revelou a participação deles nos assassinatos do jovem e da juíza apenas um mês depois.

Por Folha