|

Gaddafi está escondido na Líbia e tem boa saúde, diz porta-voz

O ditador líbio, Muammar Gaddafi, está "em bom estado de saúde e com bom ânimo em algum lugar de sua terra", afirmou nesta segunda-feira seu porta-voz, Moussa Ibrahim. Em entrevista por telefone à rede de televisão síria Al Rai, Ibrahim disse ainda que Gaddafi não poderá ser encontrado.
"Ele está na Líbia. Em uma região inalcançável para os grupos rebeldes. Tem bom ânimo e goza de muito boa saúde", acrescentou o funcionário que foi a voz do regime até que no último dia 20 de agosto as tropas rebeldes invadiram e tomaram a capital, Trípoli.
Ibrahim ressaltou, além disso, que também está na Líbia o filho mais belicoso do ditador foragido, Saif al Islam, que "se movimenta de um lugar a outro".
As autoridades rebeldes líbias assinalaram em várias ocasiões que estão que querem conhecer o lugar no qual se esconde o ditador, e insistiram que sua captura e morte só é uma questão de tempo.
Alguns rumores apontam que poderia estar junto a seu filho Saif Al Islam e um pequeno grupo de seus seguidores, na província de Bani Walid, ao sul de Trípoli, assediada há semanas pelas forças rebeldes.
Outros acreditavam que ele estava na cidade de Sebha, mais ao sul de Bani Walid, e inclusive em sua localidade natal, Sirte, também assediada, embora a minoria sugere que se encontra perto da fronteira com a Argélia, ou que inclusive teria cruzado o país, como fez parte de sua família.
Em uma gravação emitida em 1º de setembro pelo mesmo canal sírio, uma voz atribuída a Gaddafi prometeu retornar e lançar "uma longa guerra de guerrilhas" para controlar de novo o país.
 
REBELDES
 
O CNT (Conselho Nacional de Transição), órgão político dos rebeldes da rebelião líbia com sede em Benghazi, vai se mudar para Trípoli apenas depois da libertação de todo o território, afirmou nesta segunda-feira o vice-presidente do CNT, Abdel Hafiz Ghoga.
Mustafá Abdul Jalil, presidente do CNT, tinha anunciado na sexta-feira que o governo se mudaria "na próxima semana" para Trípoli, agora sob o poder dos novos líderes do país.
"Depois do anúncio da libertação, talvez haja uma aparição simbólica de alguns membros do CNT em Trípoli, ou do próprio presidente do Conselho, mas isso não significará a transferência do CNT", respondeu Ghoga nesta segunda-feira ao ser questionado se o CNT se mudaria esta semana, como anunciado.
"Isso acontecerá após a notícia da libertação de todo o território líbio, Sebha, Sirte e Bani Alid", repetiu fazendo referência aos redutos pró-Gaddafi.
"Nós iremos a Trípoli na próxima semana. Trípoli é nossa capital", declarou Abdul Jalil diante dos líderes tribais e militares de Benghazi na sexta-feira.
As autoridades de transição já haviam anunciado no dia 26 de agosto, três dias depois da tomada do quartel general de Muammar Gaddafi no centro da capital, a transferência progressiva do poder executivo, equivalente ao governo.
Contudo, afirmaram que todo o CNT, e em particular seu presidente, só se mudarão depois que todas as condições forem atendidas, principalmente no plano da segurança.
No sábado (3), em Benghazi, Mustafa Abdul Jalil, presidente do CNT, reiterou um ultimato para as forças pró-Gaddafi deporem as armas, citando as cidades de Sirte, Bani Walid, Al Khufra e Sebha, até o dia 10 de setembro.
Atualmente, a maior parte dos membros do comitê executivo está em Trípoli, enquanto muitos membros do CNT, incluindo Abdul Jalil, ainda não foram à capital depois da instalação do CNT em Benghazi.

Por Folha