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Kassab diz que não há equívoco em aumento de seu salário

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), afirmou nesta quinta-feira que não há equívoco no aumento do seu salário, suspenso nesta quarta-feira (28) pela Justiça em decisão liminar, após ação movida pelo Ministério Público.
"Tenho certeza de que não cometi nenhum equívoco. Até porque, se tivesse cometido, todos os prefeitos que me antecederam também, porque o decreto é o mesmo. Todas as remunerações de todos os prefeitos que me antecederam obedeceram a este decreto", afirmou.
A Prefeitura de São Paulo diz que ainda não foi notificada da decisão.
Kassab recebeu um aumento de 62% em fevereiro, quando seu salário passou de R$ 12.384,06 para R$ 20.042,33. Já o salário da vice-prefeita, Alda Marco Antonio (PMDB), passou de R$ 10 mil para R$ 21,7 mil.
De acordo com o Ministério Público, o aumento é inconstitucional. Este também foi o entendimento da juíza Celina Kiyomi Toyoshima, da 4ª Vara da Fazenda Pública, que emitiu a decisão.
Em julho, após a divulgação do ato, Kassab doou R$ 28 mil ao hospital AC Camargo. O valor é referente ao aumento desse período. No fim do ano, diz o prefeito, fará nova doação referente ao segundo semestre.
A partir de janeiro, Kassab terá um novo aumento --decidido em julho pela Câmara-- para R$ 24.117,62. Ele diz que também doará a diferença.
A mesma lei prevê aumento para a vice-prefeita, que passará a ganhar R$ 21.705,86, e os secretários municipais, que saem de R$ 5.379,26 para R$ 19.294,10.
O prefeito já declarou que pretende estender o aumento ainda aos subprefeitos, não citados na lei, por considerar que eles têm status de secretário. Os subprefeitos, a maioria deles coronéis da reserva da Polícia Militar, ganham hoje R$ 6.936,63 --sem contar a remuneração da PM, sempre superior a R$ 10 mil.

Por Folha