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Médico de Jackson tentou esconder remédios, diz guarda-costas

O terceiro dia de julgamento do médico Conrad Murray, único acusado pela morte de Michael Jackson, teve início nesta quinta-feira com o depoimento do guarda-costas do cantor, que afirmou que o cardiologista retirou diversos frascos do quarto pouco antes de chamar uma ambulância.
"Ele me deu um punhado de frascos e pediu para colocar numa mala", disse o guarda-costas Alberto Alvarez, que havia acabado de chegar ao local, onde Jackson estava deitado numa cama inconsciente, "de olhos semiabertos e boca aberta".
"Eu abri uma sacola de plástico e ele jogou os frascos dentro. Dr. Murray então falou para eu colocar a sacola dentro de uma mala marrom que estava em cima de uma cadeira", continuou Alvarez.
Depois, o guarda-costas foi instruído pelo médico a retirar uma bolsa hospitalar pendurada num suporte de soro fisiológico ao lado da cama e colocá-la num mala azul.
Murray é acusado de homicídio culposo (sem intenção) e pode pegar até quatro anos de prisão. O julgamento deve durar cerca de cinco semanas. A defesa argumenta que Jackson morreu de overdose de remédios que ele próprio tomou, na ausência de Murray.
Dentro da bolsa do suporte fisiológico, Alvarez disse que notou uma substância leitosa, provavelmente o anestésico hospitalar propofol, principal substância na overdose que matou Jackson em 25 de junho de 2009.
Ontem, durante o depoimento do assistente pessoal de Jackson, foi dito que Murray tentou voltar à mansão logo após Jackson ser declarado morto no hospital porque queria pegar um creme no quarto do qual "Michael não queria que o mundo soubesse a respeito".
Hoje, o guarda-costas Alvarez também foi perguntado pelo promotor se Jackson tinha algo preso ao seu pênis. "Sim, senhor, tinha, algo parecido com um tubo plástico", disse. O promotor David Walgren explicou ao júri que se tratava de um aparelho no qual a pessoa pode urinar sem sair do lugar.
O guarda-costas lembrou que quando estava indo ligar para a ambulância, a pedido de Murray, viu os filhos mais velhos de Jackson, Prince e Paris, entrarem no quarto. Alvarez disse que quando Paris viu seu pai na cama, com a cabeça virada em sua direção e olhos semiabertos, ela gritou, chorando: "Papai!".

Por Folha