Para Exército, tráfico incita moradores contra militares no Alemão
O general Adriano Pereira Júnior, do Comando Militar do Leste, atribui os conflitos no Complexo do Alemão ao anúncio da permanência do Exército no complexo de favelas da zona norte do Rio até junho de 2012.
Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, o general afirma que pessoas sem passagem pela polícia, mas ligadas ao tráfico de drogas, estão insuflando moradores contra os militares desde o domingo (4).
"Houve ordem para que elementos, soldados do tráfico, tentassem se comportar de forma a causar tumulto e desconforto à tropa", disse.
Ele afirma que o primeiro conflito no local, na noite de domingo, foi uma "armadilha" para os militares. Ele disse que quatro militares flagraram garotos vendendo drogas e tentaram prendê-los, mas eles acabaram se escondendo em um bar e deflagrando um tumulto.
Segundo o general, os quatro militares, que usaram spray de pimenta contra as pessoas no bar, foram afastados por má conduta.
TIROTEIO
Em relação ao tiroteio da noite desta terça-feira (6), o general afirmou que "poucos homens e poucas armas de grosso calibre" entraram nos morros da Baiana e do Adeus, vizinhos ao Alemão e fora da zona ocupada pelo Exército. De lá, tentaram entrar no Alemão e deflagraram o tiroteio.
O secretário da Segurança Pública, José Mariano Beltrame, disse que a polícia também detectou a entrada de armas na Vila Cruzeiro --ocupada na mesma época pelas Forças Armadas.
"Dificilmente vai se repetir o que houve ontem. Para o tráfico, foi um tiro no pé. Ficou provado que tudo [desde domingo] foi orquestrado", disse.
Segundo Pereira Júnior, não houve nenhum ferido no tiroteio. Sobre a suposta morte de uma adolescente atingida por uma bala perdida, ele disse que foram checados os registros em todos os hospitais da região, mas nada foi encontrado.
Sem dar detalhes, o general disse que o efetivo de militares no Alemão pode aumentar de 100 a 200 homens.
O comandante da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, disse que os morros da Baiana e do Adeus serão ocupados com 120 homens, mas também não deu detalhes da operação.
MILITARES
O professor da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos) João Roberto Martins, diretor da Associação Brasileira de Estudos de Defesa, diz que a situação no Alemão tende a piorar com a permanência prolongada dos militares.
Embora as autoridades afirmem que a experiência no Haiti e em forças de paz da ONU prepare para ações de manutenção interna da ordem, ele diz que há diferenças. "Colocar uma força militar para atuar dentro do próprio país é complicado porque as tropas estão muito envolvidas com os problemas locais."
Ele ressalta que a ocupação militar é sempre uma situação anômala. "É bem possível que [nos conflitos com moradores do Alemão] haja interferência do tráfico, provocação, mas ela acontece em cima de uma situação que cansa a população e impacienta os militares. O cara não gosta de ser revistado sempre, não gosta daquele aparência de anormalidade."
Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, o general afirma que pessoas sem passagem pela polícia, mas ligadas ao tráfico de drogas, estão insuflando moradores contra os militares desde o domingo (4).
"Houve ordem para que elementos, soldados do tráfico, tentassem se comportar de forma a causar tumulto e desconforto à tropa", disse.
Ele afirma que o primeiro conflito no local, na noite de domingo, foi uma "armadilha" para os militares. Ele disse que quatro militares flagraram garotos vendendo drogas e tentaram prendê-los, mas eles acabaram se escondendo em um bar e deflagrando um tumulto.
Segundo o general, os quatro militares, que usaram spray de pimenta contra as pessoas no bar, foram afastados por má conduta.
TIROTEIO
Em relação ao tiroteio da noite desta terça-feira (6), o general afirmou que "poucos homens e poucas armas de grosso calibre" entraram nos morros da Baiana e do Adeus, vizinhos ao Alemão e fora da zona ocupada pelo Exército. De lá, tentaram entrar no Alemão e deflagraram o tiroteio.
O secretário da Segurança Pública, José Mariano Beltrame, disse que a polícia também detectou a entrada de armas na Vila Cruzeiro --ocupada na mesma época pelas Forças Armadas.
"Dificilmente vai se repetir o que houve ontem. Para o tráfico, foi um tiro no pé. Ficou provado que tudo [desde domingo] foi orquestrado", disse.
Segundo Pereira Júnior, não houve nenhum ferido no tiroteio. Sobre a suposta morte de uma adolescente atingida por uma bala perdida, ele disse que foram checados os registros em todos os hospitais da região, mas nada foi encontrado.
Sem dar detalhes, o general disse que o efetivo de militares no Alemão pode aumentar de 100 a 200 homens.
O comandante da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, disse que os morros da Baiana e do Adeus serão ocupados com 120 homens, mas também não deu detalhes da operação.
MILITARES
O professor da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos) João Roberto Martins, diretor da Associação Brasileira de Estudos de Defesa, diz que a situação no Alemão tende a piorar com a permanência prolongada dos militares.
Embora as autoridades afirmem que a experiência no Haiti e em forças de paz da ONU prepare para ações de manutenção interna da ordem, ele diz que há diferenças. "Colocar uma força militar para atuar dentro do próprio país é complicado porque as tropas estão muito envolvidas com os problemas locais."
Ele ressalta que a ocupação militar é sempre uma situação anômala. "É bem possível que [nos conflitos com moradores do Alemão] haja interferência do tráfico, provocação, mas ela acontece em cima de uma situação que cansa a população e impacienta os militares. O cara não gosta de ser revistado sempre, não gosta daquele aparência de anormalidade."
Por Folha