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Gaddafi é capturado e morto

O ex-ditador da Líbia Muammar Gaddafi, 69 anos, morreu ontem após ataques de rebeldes a Sirte, sua cidade natal e último refúgio. Ele comandava o país desde 1969, e sua morte foi comemorada nas ruas.
O fim da era Gaddafi foi confirmado pelo premiê líbio --que faz parte do CNT (Conselho Nacional de Transição)--, Mahmoud Jibril.
"Nós confirmamos que todos os vilões, e também Gaddafi, deixaram nosso amado país. Acredito que seja o momento de começar uma nova Líbia, com uma Líbia unida: um só povo e um só futuro."
A morte ainda não foi totalmente explicada. Segundo a versão oficial, o ex-ditador fugia da cidade, quando o seu comboio foi bombardeado por aviões franceses.
Gaddafi sobreviveu e se escondeu. Segundo Jibril, "Gaddafi foi retirado de dentro de uma tubulação de esgoto e não mostrou resistência alguma". Nesse momento, ele teria pedido que os rebeldes não atirassem.
Segundo o premiê, ao ser levado para uma picape, o ex-líder tomou um tiro no braço.
"Quando o carro começou a se mover, houve um tiroteio entre rebeldes e as forças de Gaddafi, no qual ele foi atingido por um tiro na cabeça. O médico legista não conseguiu determinar se a bala pertencia aos rebeldes ou às forças de Gaddafi", disse Jibril, acrescentando que ele morreu após chegar a um hospital de Misrata.
Algumas questões ainda levantam dúvidas. Um vídeo mostra ele descendo da picape ainda vivo.
O fato de ele ter morrido com um tiro na cabeça, porém, pode indicar execução.
Imagens do ex-ditador ferido foram divulgadas em emissoras de TV da região. Em uma delas, Gaddafi caminha com dificuldade. Em outras, ele está no chão, aparentemente morto.
O governo líbio confirmou que as imagens eram do ex-ditador. "Esperávamos por este momento há muito tempo. Gaddafi está morto", acrescentou Jibril.
Na prática, o país já vinha sendo comandado pelo governo rebelde --chamado de CNT-- desde fevereiro, quando os revoltosos tomaram a capital Trípoli. Mas o anúncio oficial da tomada do país deve ser feito até amanhã.

Por Folha