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Ministro dos Esportes vai processar autor de denúncia de corrupção

O ministro dos Esportes, Orlando Silva, disse nesta segunda-feira (17) em entrevista coletiva que vai processar o policial militar João Dias Ferreira por injúria e difamação. O policial acusa o ministro de participação direta em um esquema de desvio de recursos públicos do programa "Segundo Tempo", projeto desenvolvido pelo ministério e parceria com ONGs para estimular crianças a praticar esportes.
Orlando Silva definiu as denúncias publicadas nesse fim de semana como "insinuações e mentiras" e classificou o policial que fez as denúncias como "bandido" - Ferreira foi preso pela Polícia Civil em 2010. "Não houve e não haverá nenhuma prova das mentiras faladas por esse criminoso. Os fatos relatados por ele não correspondem a verdade", disse o ministro.
Silva anunciou medidas de investigação do caso. O ministro dos Esportes enviou protocolos para a Polícia Federal e para o Ministério Público pedindo que investiguem as denúncias para "reestabelecer a verdade", além das medidas judiciais contra o policial. "Vou às últimas consequências para esclarecer essa situação, vou utilizar todas as medidas judiciais".
O ministro disse que as denúncias não vão atrapalhar os trabalhos no ministério ou as obras da Copa. "Eu continuo trabalhando, cumprindo com minhas atribiuições. Umas das minhas atribuições é prestar contas à sociedade. Essas explicações fazem parte do meu trabalho".
 
A denúncia
 
Orlando Silva é acusado de participar de esquema de desvio de recursos do Programa Segundo Tempo, que destina dinheiro público para organizações não governamentais (ONGs) com o objetivo de incentivar jovens a praticar esportes. O ministro é acusado pelo policial João Dias Ferreira de receber, na garagem do ministério, dinheiro desviado do programa.
Em viagem à África do Sul, a presidente Dilma Rousseff disse a jornalistas que presume a inocência de Orlando Silva. "Nós não sós presumimos a inocência do ministro, como ele tem se manifestado com muita indignação quanto às acusações", disse Dilma. "Nós seguimos o princípio democrático e civilizatório de presunção da inocência".

Por Época