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Chevron nega usar método ilegal para limpar vazamento no Rio

Acusada pelo secretário do Ambiente do Rio, Carlos Minc, de estar usando jatos de areia para limpar a mancha de óleo vazado na bacia de Campos (RJ), o que seria ilegal, segundo a Polícia Federal, a petroleira americana Chevron negou que seus navios utilizem esta técnica.
Ela consiste em jogar areia sobre o óleo para que ela se misture a ele e, com o peso, o leve ao fundo do mar. "É como empurrar a sujeira para debaixo do tapete", disse o delegado da PF Fábio Scliar, responsável pelo caso. "É mais um crime ambiental."
A denúncia do secretário foi feita ontem, após ele sobrevoar a área para observar o vazamento e os trabalhos de contenção e limpeza.
Texto oficial da secretaria do Ambiente afirmou que "Minc pôde observar que seis navios realizavam jateamento de areia sobre a mancha de óleo para acelerar a sua dispersão mecânica".
Procurada pela Folha, a Chevron afirmou que os navios que estão fazendo a limpeza "não usam areia nem dispersantes para controlar a mancha".
"As embarcações empregam métodos aprovados pelo governo brasileiro, que incluem barreiras de contenção, 'skimming' [técnica para retirar o óleo da água] e técnicas de lavagem, para controlar, recolher e reduzir a mancha", disse a Chevron em comunicado oficial, no qual afirma também que já foram recolhidos "mais de 250 metros cúbicos de água oleosa".
De acordo com a multinacional, 18 navios estão tentando conter a mancha de óleo e não permitir que ela se espalhe. Oito seriam são da própria Chevron e outros 10 cedidos pela Petrobras, Statoil, BP, Repsol e Shell.
A Folha procurou o secretário Carlos Minc para comentar a negativa da empresa, mas não obteve resposta até o fechamento deste texto.

Por Folha