Invasores da USP terão que pagar fiança de R$ 1.050, diz polícia
Os estudantes detidos durante a reintegração de posse da reitoria da USP (Universidade de São Paulo), na manhã desta terça-feira, serão autuados em flagrante por desobediência a ordem judicial, dano ao patrimônio público e crime ambiental.
Segundo o delegado seccional Dejair Rodrigues, a perícia feita no imóvel pela Polícia Civil encontrou paredes pichadas, portas arrombadas e câmeras de segurança quebradas, o que configura dano ao patrimônio. Os outros dois crimes atribuídos aos estudantes ocorreram devido ao desrespeito ao mandado de reintegração e pela pichação. Após deixarem a reitoria, os 70 estudantes detidos foram levados pela Polícia Militar em três ônibus para o 91º DP (Ceasa). No local, eles permanecem dentro dos veículos e estão sendo ouvidos por policiais em pequenos grupos.
Mesmo detidos, eles protestam contra a reintegração e pedem a saída do reitor da USP, João Grandino Rodas. Eles também dizem estar há horas sem comer, beber e ir ao banheiro, e que permanecer nos ônibus é "tortura".
De acordo com Rodrigues, eles terão que pagar uma fiança de R$ 1.050, que pode ser recalculada segundo suas condições econômicas. "Se não pagarem a fiança, eles vão ficar na carceragem do 91º DP", disse.
A polícia também disse que vai investigar quem quebrou os vidros de veículos da PM durante a operação, e que os responsáveis podem responder também por formação de quadrilha.
Advogados do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da USP estão na delegacia, mas disseram que, por enquanto, não representam os alunos e que nenhum defensor foi constituído.
Segundo a PM, os estudantes estavam dormindo por volta das 5h, quando a operação começou. Cerca de 400 policiais da Tropa de Choque e da Cavalaria da PM foram acionados, além de um helicóptero Águia e de policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) e do GOE (Grupo de Operações Especiais).
Os militares, portando cassetetes e escudos, fizeram um cordão de isolamento ao redor do prédio e retiraram os estudantes, que não resistiram à prisão. O prédio foi entregue pela polícia a um oficial de Justiça, já que a operação foi motivada por um mandado judicial.
ASSEMBLEIA
Os estudantes haviam decidido, em assembleia realizada na noite de ontem (7), manter a ocupação, apesar do fim do prazo dado pela Justiça para deixarem o local.
Após a votação, alguns estudantes agrediram jornalistas. Um cinegrafista caiu após ser empurrado e um fotógrafo teve a câmera arrancada e machucou as mãos --ele foi levado ao hospital.
O clima ficou tenso e, após os grupos ficarem separados, os alunos arremessaram pedras na direção dos jornalistas. Um cinegrafista foi atingido e ficou levemente ferido.
No momento do tumulto, não havia guardas universitários nem PMs no local. Após a confusão, um representante dos invasores disse que havia ocorrido uma "situação isolada".
RESISTÊNCIA
Na assembleia, vários estudantes disseram estar dispostos a resistir caso a PM fizesse a reintegração de posse.
Mais cedo, às 18h, uma reunião de negociação entre representantes da reitoria e alunos terminou em impasse.
O superintendente de relações institucionais da USP, Wanderley Messias da Costa, chegou a deixar a sala onde ocorria o encontro.
A proposta apresentada à tarde pela universidade previa que os alunos e funcionários não fossem punidos por participar da invasão.
A reitoria também manteve a oferta de criar grupos para discutir o convênio com a PM --principal motivo da invasão-- e revisar processos administrativos contra estudantes.
Os alunos, no entanto, consideraram a proposta insuficiente, já que havia chance de novos processos caso ficasse provado que houve vandalismo no prédio invadido.
Os acontecimentos que levaram à ocupação da reitoria tiveram início no dia 27 de outubro, quando três alunos da USP foram detidos por posse de maconha. Houve reação de colegas, que investiram contra a PM. Policiais usaram bombas de efeito moral e cassetetes para levar os rapazes à delegacia --depois eles foram liberados.
Na mesma noite, um grupo de cem estudantes invadiu um prédio administrativo da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). Na terça passada, mais de mil alunos realizaram uma assembleia que decidiu, por 559 votos a 458, pela desocupação do edifício.
A minoria derrotada, porém, decidiu invadir a reitoria, onde hoje há cerca de 50 manifestantes --a USP toda tem cerca de 82 mil alunos (50 mil só na Cidade Universitária).
Segundo o delegado seccional Dejair Rodrigues, a perícia feita no imóvel pela Polícia Civil encontrou paredes pichadas, portas arrombadas e câmeras de segurança quebradas, o que configura dano ao patrimônio. Os outros dois crimes atribuídos aos estudantes ocorreram devido ao desrespeito ao mandado de reintegração e pela pichação. Após deixarem a reitoria, os 70 estudantes detidos foram levados pela Polícia Militar em três ônibus para o 91º DP (Ceasa). No local, eles permanecem dentro dos veículos e estão sendo ouvidos por policiais em pequenos grupos.
Mesmo detidos, eles protestam contra a reintegração e pedem a saída do reitor da USP, João Grandino Rodas. Eles também dizem estar há horas sem comer, beber e ir ao banheiro, e que permanecer nos ônibus é "tortura".
De acordo com Rodrigues, eles terão que pagar uma fiança de R$ 1.050, que pode ser recalculada segundo suas condições econômicas. "Se não pagarem a fiança, eles vão ficar na carceragem do 91º DP", disse.
A polícia também disse que vai investigar quem quebrou os vidros de veículos da PM durante a operação, e que os responsáveis podem responder também por formação de quadrilha.
Advogados do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da USP estão na delegacia, mas disseram que, por enquanto, não representam os alunos e que nenhum defensor foi constituído.
Segundo a PM, os estudantes estavam dormindo por volta das 5h, quando a operação começou. Cerca de 400 policiais da Tropa de Choque e da Cavalaria da PM foram acionados, além de um helicóptero Águia e de policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) e do GOE (Grupo de Operações Especiais).
Os militares, portando cassetetes e escudos, fizeram um cordão de isolamento ao redor do prédio e retiraram os estudantes, que não resistiram à prisão. O prédio foi entregue pela polícia a um oficial de Justiça, já que a operação foi motivada por um mandado judicial.
ASSEMBLEIA
Os estudantes haviam decidido, em assembleia realizada na noite de ontem (7), manter a ocupação, apesar do fim do prazo dado pela Justiça para deixarem o local.
Após a votação, alguns estudantes agrediram jornalistas. Um cinegrafista caiu após ser empurrado e um fotógrafo teve a câmera arrancada e machucou as mãos --ele foi levado ao hospital.
O clima ficou tenso e, após os grupos ficarem separados, os alunos arremessaram pedras na direção dos jornalistas. Um cinegrafista foi atingido e ficou levemente ferido.
No momento do tumulto, não havia guardas universitários nem PMs no local. Após a confusão, um representante dos invasores disse que havia ocorrido uma "situação isolada".
RESISTÊNCIA
Na assembleia, vários estudantes disseram estar dispostos a resistir caso a PM fizesse a reintegração de posse.
Mais cedo, às 18h, uma reunião de negociação entre representantes da reitoria e alunos terminou em impasse.
O superintendente de relações institucionais da USP, Wanderley Messias da Costa, chegou a deixar a sala onde ocorria o encontro.
A proposta apresentada à tarde pela universidade previa que os alunos e funcionários não fossem punidos por participar da invasão.
A reitoria também manteve a oferta de criar grupos para discutir o convênio com a PM --principal motivo da invasão-- e revisar processos administrativos contra estudantes.
Os alunos, no entanto, consideraram a proposta insuficiente, já que havia chance de novos processos caso ficasse provado que houve vandalismo no prédio invadido.
Os acontecimentos que levaram à ocupação da reitoria tiveram início no dia 27 de outubro, quando três alunos da USP foram detidos por posse de maconha. Houve reação de colegas, que investiram contra a PM. Policiais usaram bombas de efeito moral e cassetetes para levar os rapazes à delegacia --depois eles foram liberados.
Na mesma noite, um grupo de cem estudantes invadiu um prédio administrativo da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). Na terça passada, mais de mil alunos realizaram uma assembleia que decidiu, por 559 votos a 458, pela desocupação do edifício.
A minoria derrotada, porém, decidiu invadir a reitoria, onde hoje há cerca de 50 manifestantes --a USP toda tem cerca de 82 mil alunos (50 mil só na Cidade Universitária).
Por Folha