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Reggae da banda americana Soja faz público dançar e fumar

Entre as atrações reggaeiras do primeiro dia do SWU, a banda Soja (o nome é uma sigla, para "soldados do Exército de Jah", em inglês) era das que tinha menos cartaz.
Mas, subindo ao palco entre o show de Michael Franti e o de Damian Marley, o quinteto americano fez uma boa ponte e fisgou o público dos dois artistas, contando também com uma providencial virada no tempo --o sol infernal que reinava até então sumiu atrás de nuvens pesadas e um vento constante passou a soprar.
Não que o Soja seja uma banda sem fãs: suas canções (como "Rest of my Life" e "Decide You're Gone", duas das primeiras do show) são animadinhas, têm aquele clima para cima que as tornam facilmente palatáveis, ainda mais para a significativa parcela do público que parecia querer apenas uma trilha sonora adequada para fumar maconha --que rolou farta e desimpedida.
O visual de universitário maconheiro do vocalista, Jacob Hemphill (magro, sujo, com longos dreads na cabeça), também tem seu charme para uma parcela do público feminino (eram muitas as garotas na plateia, e bem empolgadas), e ainda que a algumas letras (como a de "Open my Eyes" e "I Don't Wanna Wait") tenham um certo tom de protesto, o reggaezinho da banda é absolutamente inofensivo - mas não menos eficiente por isso, especialmente graças ao bom apoio dos metais.
O show teve um momento involuntário de empolgação quando o pano que cobria o cenário de Damian Marley, no fundo do palco, caiu, revelando uma gigantesca pintura de anjos. A plateia se empolgou e bateu palmas, mas o vocalista do Soja avisou que "isso definitivamente não é nosso". Vendo o sucesso que o cenário fez com o público, resolveu entrar na onda --pediu para que ele não fosse novamente coberto e ainda brincou: "Levei duas semanas para fazer isso".

Por Folha