Reino Unido ameaça o Irã após invasão de embaixada
O Reino Unido condenou de forma firme os protestos e a invasão, nesta terça-feira, em dois complexos diplomáticos britânicos em Teerã. Em comunicado, o primeiro-ministro David Cameron classificou como inaceitáveis e ultrajantes os incidentes e prometeu que haverá sérias consequências para o Irã.
“O ataque à embaixada britânica hoje foi ultrajante e indefensável. A falha do governo iraniano em defender nossos funcionários e nossa propriedade foi uma vergonha”, disse Cameron em comunicado, fazendo eco a declarações divulgadas mais cedo pelo chanceler William Hague. “O governo iraniano precisa reconhecer que haverá sérias consequências, e nós vamos avaliar que medidas tomar nos próximos dias.”
Em tom parecido se manifestaram União Europeia, Estados Unidos e o Conselho de Segurança da ONU, que, em comunicados separados, exigiram que as autoridades iranianas protejam os diplomatas estrangeiros.
"Os membros do Conselho de Segurança condenam em termos firmes os ataques contra a embaixada britânica em Teerã, que resultaram na invasão e em sérios danos", diz a nota assinada pelo embaixador português no organismo, José Filipe Moraes Cabral, e referendada por todos os 15 membros, inclusive China e Rússia.
Aos gritos de "morte à Inglaterra", dezenas de manifestantes quebraram vidros, jogaram documentos pela janela, queimaram a bandeira britânica e substituíram pela iraniana na embaixada, no centro de Teerã. Quase simultaneamente, no norte da capital, outras centenas protestaram e chegaram a invadir outro complexo diplomático britânico. Ambas as ações terminaram após um ultimato policial, segundo a imprensa estatal.
Os protestos acontecem dois dias depois de líderes iranianos reduzirem o nível de relação com os britânicos, numa retaliação às recentes sanções impostas a Teerã pelo Ocidente - em especial pelo Reino Unido - dentro da questão nuclear. A situação parece levar os dos países para o pior momento em suas relações diplomáticas em duas décadas.
Não há informação de feridos nos dois protestos. A imprensa estatal iraniana chegou a informar sobre a tomada de seis reféns, funcionários da embaixada, mas Hague não confirmou. Segundo ele, todos os britânicos estão bem.
Segundo a Press TV, emissora iraniana que transmitiu o protesto ao vivo, os manifestantes exigiam que o embaixador britânico fosse expulso de Teerã. Sua saída está contemplada na lei aprovada no domingo pelo Parlamento iraniano que rebaixa as relações entre Irã e Reino Unido - também aceita pelo Conselho de Guardiães iraniano.
Em uma ação coordenada com Estados Unidos e Canadá, o Reino Unido impôs na semana passada novas sanções contra o Irã por conta de seu programa nuclear. O governo britânico proibiu todas as instituições financeiras do país de manter negócios com suas equivalentes no Irã, inclusive o Banco Central do país persa.
Comparação à tomada da embaixada dos EUA
Os iranianos pediam também o fechamento da embaixada, chamada de "antro de espiões". O mesmo termo foi usado por manifestantes que invadiram a embaixada dos EUA em Teerã em 1979, e mantiveram 52 reféns no local por 444 dias.
No domingo, quando o Parlamento aprovou a decisão de expulsar o embaixador britânico e reduzir os laços com o Reino Unido, o congressista Mehdi Kuchakzadeh alertou que a embaixada britânica poderia ser atacada assim como aconteceu com a representação dos EUA em 1979.
- O governo britânico deve saber que se insistir nessas posturas ruins o povo iraniano vai atingi-lo na boca, exatamente como aconteceu contra o antro de espiões americano - disse Kuchakzadeh.
Mahmoud Ahmadi Bighash, outro parlamentar, também defendeu retaliações ao Reino Unido.
- Devemos fechar a embaixada britânica e ignorá-los, até que venham implorando como os americanos.
A embaixada americana foi invadida por estudantes iranianos em novembro daquele ano. Eles exigiam que o xá Reza Pahlevi, então nos EUA, fosse extraditado para ser julgado no Irã. A crise dos reféns se arrastou até janeiro de 1981, quando o grupo foi libertado, e levou ao rompimento das relações diplomáticas dos dois países.
“O ataque à embaixada britânica hoje foi ultrajante e indefensável. A falha do governo iraniano em defender nossos funcionários e nossa propriedade foi uma vergonha”, disse Cameron em comunicado, fazendo eco a declarações divulgadas mais cedo pelo chanceler William Hague. “O governo iraniano precisa reconhecer que haverá sérias consequências, e nós vamos avaliar que medidas tomar nos próximos dias.”
Em tom parecido se manifestaram União Europeia, Estados Unidos e o Conselho de Segurança da ONU, que, em comunicados separados, exigiram que as autoridades iranianas protejam os diplomatas estrangeiros.
"Os membros do Conselho de Segurança condenam em termos firmes os ataques contra a embaixada britânica em Teerã, que resultaram na invasão e em sérios danos", diz a nota assinada pelo embaixador português no organismo, José Filipe Moraes Cabral, e referendada por todos os 15 membros, inclusive China e Rússia.
Aos gritos de "morte à Inglaterra", dezenas de manifestantes quebraram vidros, jogaram documentos pela janela, queimaram a bandeira britânica e substituíram pela iraniana na embaixada, no centro de Teerã. Quase simultaneamente, no norte da capital, outras centenas protestaram e chegaram a invadir outro complexo diplomático britânico. Ambas as ações terminaram após um ultimato policial, segundo a imprensa estatal.
Os protestos acontecem dois dias depois de líderes iranianos reduzirem o nível de relação com os britânicos, numa retaliação às recentes sanções impostas a Teerã pelo Ocidente - em especial pelo Reino Unido - dentro da questão nuclear. A situação parece levar os dos países para o pior momento em suas relações diplomáticas em duas décadas.
Não há informação de feridos nos dois protestos. A imprensa estatal iraniana chegou a informar sobre a tomada de seis reféns, funcionários da embaixada, mas Hague não confirmou. Segundo ele, todos os britânicos estão bem.
Segundo a Press TV, emissora iraniana que transmitiu o protesto ao vivo, os manifestantes exigiam que o embaixador britânico fosse expulso de Teerã. Sua saída está contemplada na lei aprovada no domingo pelo Parlamento iraniano que rebaixa as relações entre Irã e Reino Unido - também aceita pelo Conselho de Guardiães iraniano.
Em uma ação coordenada com Estados Unidos e Canadá, o Reino Unido impôs na semana passada novas sanções contra o Irã por conta de seu programa nuclear. O governo britânico proibiu todas as instituições financeiras do país de manter negócios com suas equivalentes no Irã, inclusive o Banco Central do país persa.
Comparação à tomada da embaixada dos EUA
Os iranianos pediam também o fechamento da embaixada, chamada de "antro de espiões". O mesmo termo foi usado por manifestantes que invadiram a embaixada dos EUA em Teerã em 1979, e mantiveram 52 reféns no local por 444 dias.
No domingo, quando o Parlamento aprovou a decisão de expulsar o embaixador britânico e reduzir os laços com o Reino Unido, o congressista Mehdi Kuchakzadeh alertou que a embaixada britânica poderia ser atacada assim como aconteceu com a representação dos EUA em 1979.
- O governo britânico deve saber que se insistir nessas posturas ruins o povo iraniano vai atingi-lo na boca, exatamente como aconteceu contra o antro de espiões americano - disse Kuchakzadeh.
Mahmoud Ahmadi Bighash, outro parlamentar, também defendeu retaliações ao Reino Unido.
- Devemos fechar a embaixada britânica e ignorá-los, até que venham implorando como os americanos.
A embaixada americana foi invadida por estudantes iranianos em novembro daquele ano. Eles exigiam que o xá Reza Pahlevi, então nos EUA, fosse extraditado para ser julgado no Irã. A crise dos reféns se arrastou até janeiro de 1981, quando o grupo foi libertado, e levou ao rompimento das relações diplomáticas dos dois países.