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São Paulo perde para o Atlético-PR e fica longe da Libertadores

O Atlético-PR tem o pior ataque do Campeonato Brasileiro. Mas um gol foi o suficiente para que a equipe batesse o São Paulo na noite desta quarta-feira e mantivesse assim vivo o sonho de escapar da queda para a Série B. Com 37 pontos, a equipe continua na zona de rebaixamento e tem que torcer por tropeços de Cruzeiro e Atlético-MG.
O São Paulo, com o revés, fica mais longe da Libertadores. O time estaciona nos 53 pontos, cai para a oitava posição e pode encerrar a rodada na décima colocação.
O time paranaense também ampliou o tabu de nunca ter perdido para o São Paulo na Arena da Baixada. São 14 jogos, com nove vitórias e cinco empates, desde que o estádio foi inaugurado, em 1999.
Na próxima o São Paulo enfrenta o ascendente América-MG no Morumbi, enquanto o Atlético-PR viaja para encarar o Cruzeiro.
Depois de encerrar um incômodo jejum de nove partidas sem vitória, o São Paulo esperava emendar o segundo triunfo seguido. Assim a chance de voltar para a Libertadores aumentaria.
Mas o técnico Emerson Leão tinha problemas. Luis Fabiano, autor dos gols da vitória sobre o Avaí por 2 a 0, suspenso por três cartões amarelos, não pôde jogar. Além dele, o zagueiro João Filipe, com dores no tornozelo direito, também não atuou.
Outro desfalque foi o lateral paraguaio Iván Piris, que estava servindo a seleção de seu país.
Para o lugar do camisa 9, Willian José foi escalado. E seu companheiro de ataque, que teoricamente seria Dagoberto, artilheiro da equipe no ano com 22 gols, foi trocado. Leão optou por escalar Fernandinho, apostando na velocidade do jogador.
O técnico também mudou o esquema da equipe. Trocou o 3-5-2 pelo 4-4-2. Com isso, sacou da equipe o zagueiro Luiz Eduardo e promoveu a entrada de Denilson.
O jogo, como deveria ser, começou de forma eletrizante, uma vez que as duas equipes ainda têm objetivos bem claros na competição.
Os donos da casa, mais desesperados para escaparem do descenso, iniciaram pressionando a saída de bola do São Paulo. Quando tinham a bola, baseavam seu jogo na busca pelo centroavante Nieto e nas jogadas de velocidade de Guerrón.
E foi justamente desta maneira que o time abriu o placar aos 10min. Marcelo Oliveira tocou para Nieto na área. O centroavante fez grande corta-luz e a bola sobrou limpa para Guerrón, que dominou e tocou na saída de Rogério. Atlético-PR 1 a 0.
O São Paulo até respondeu rapidamente e Renan Rocha fez ótima defesa em chute de Fernandinho. Mas os visitantes pecavam na hora de tentar manter a bola em seu campo de ataque. Não conseguiam trocar passes e permitiam os contra-ataques dos anfitriões. O time paranaense explorava especialmente as saídas em velocidade de Guerrón pela direita.
Cícero, improvisado na lateral esquerda, perdia todas para o atacante equatoriano. Carlinhos Paraíba, que ajudava o meia, saiu machucado. Leão, ao invés de colocar Juan e adiantar Cícero para o meio de campo, preferiu mandar Casemiro para o gramado.
Além disso, os donos da casa ocupavam os espaços perfeitamente, dificultando a criação das jogadas de ataque do time paulista, refém da velocidade de Lucas e Fernandinho. Mas sem espaço, eles não conseguiam correr. E quando tentavam, perdiam a bola e propiciavam contra-ataque para os donos da casa.
Assim, era mais do que natural que o goleiro Rogério começasse a trabalhar. E ele evitou que a vantagem do Atlético-PR no intervalo fosse maior. Defendendo chutes de Paulo Baier e de Guerrón.
O jogo não mudou de panorama nos primeiros minutos da segunda etapa. Os donos da casa continuavam em cima. Rogério fez mais duas defesas, em chute de Nieto e em cabeçada de Manoel.
Foi quando Leão resolveu mexer. Sacou Casemiro, que havia entrado no primeiro tempo, e Fernandinho. Entraram Rivaldo e Marlos, respectivamente.
As substituições surtiram efeito. Com pouco tempo em campo Rivaldo enfiou linda bola para Jean, que chutou, mas viu o arqueiro Renan Rocha fazer ótima defesa. O São Paulo, enfim, reagia na Arena da Baixada.
A entrada de Rivaldo incendiou o time, que passou a ter mais atitude. Lucas, até então apagado, tabelou com o veterano e obrigou Renan Rocha a mais uma boa defesa.
Antônio Lopes tentou anular o camisa 10 tricolor colocando o volante Renan no lugar de Marcinho. O jogador entrou para seguir Rivaldo de perto.
O time paulista continuou pressionando, mas sem profundidade, pouco assustava. E a pressão, sem organização, não foi o suficiente para que o placar fosse mudado.

Por Folha