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Carlos Lupi deixa o Ministério do Trabalho

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, pediu demissão neste domingo (4). O pedido foi aceito pela presidente Dilma Rousseff. Lupi é o sétimo ministro a deixar o cargo neste primeiro ano de governo. Seis demissões ocorreram após denúncias de irregularidades.
"Tendo em vista a perseguição política e pessoal da mídia que venho sofrendo há dois meses sem direito de defesa e sem provas; levando em conta a divulgação do parecer da Comissão de Ética da Presidência da República – que também me condenou sumariamente com base neste mesmo noticiário sem me dar direito de defesa - decidi pedir demissão do cargo que ocupo, em caráter irrevogável", informou Lupi em nota. De acordo com a Globonews, o secretário-executivo do ministério, Paulo Roberto Pinto, deve assumir a pasta.
Lupi se reuniu na tarde deste domingo (4) com Dilma, após ela voltar de viagem ao exterior. Na quarta-feira (30), a Comissão de Ética Pública da Presidência da República havia recomendado, por unanimidade, a exoneração do ministro do Trabalho. Na ocasião, Dilma optou por manter o ministro.
A comissão de Ética havia afirmado que as explicações de Lupi sobre as denúncias no ministério não haviam sido satisfatórias. Para o órgão, ele não conseguiu explicar as denúncias de que recebia privilégios – como viagens de avião – de ONGs que possuem contratos com o Ministério do Trabalho. Em um dos momentos em que tentou se defender e dizer que permaneceria no cargo, Lupi acabou desafiando a hierarquia no governo. Em 8 de novembro, disse que tinha apoio total de Dilma e que só deixaria o ministério "à bala". Dois dias depois, pediu desculpas e disse que "amava" a presidente.
Lupi assumiu o Ministério do Trabalho em março de 2007, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi mantido no cargo por indicação de seu partido, o PDT, na gestão de Dilma. "Foram praticamente cinco anos à frente do Ministério do Trabalho, milhões de empregos gerados, reconhecimento legal das centrais sindicais, qualificação de milhões de trabalhadores e regulamentação do ponto eletrônico para proteger o bom trabalhador e o bom empregador, entre outras realizações", disse Lupi em nota. "Saio com a consciência tranquila do dever cumprido, da minha honestidade pessoal e confiante por acreditar que a verdade sempre vence."
Além de Lupi, deixaram o governo Dilma neste ano Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Nelson Jobim (Defesa), Pedro Novais (Turismo), Wagner Rossi (Agricultura) e Orlando Silva (Esportes). Desses, somente a saída de Jobim aconteceu sem relação com denúncias de irregularidades.

Por Época